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Alerta de desmatamento na Amazônia Legal é o maior para o mês de abril desde 2016

G1 - https://g1.globo.com/natureza/amazonia/noticia
07 de Mai de 2021

Alerta de desmatamento na Amazônia Legal é o maior para o mês de abril desde 2016
Até o dia 29, havia 581km² sob alerta na região; é o segundo mês consecutivo em que os índices batem recordes históricos mensais, segundo medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Observatório do Clima diz que alta de abril desmente governo.

Por G1
07/05/2021

A área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em abril foi a maior para o mês desde 2016: 581km² até o dia 29, segundo medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É o segundo mês consecutivo em que os índices batem recordes históricos mensais.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo (veja detalhes mais abaixo).

Vice-presidência x Ministério do Meio Ambiente
Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que o governo acompanha a alta no desmatamento nos últimos dois meses, mas, segundo ele, os dados do Inpe indicam uma redução no índice no último ano.

Segundo Mourão, houve redução de 17% no desmatamento na Amazônia entre agosto de 2020 e maio de 2021 na comparação com o mesmo período no ciclo anterior (2019-2020). O vice reclamou que é feito um "escândalo" nos casos de alta do desmatamento enquanto "ninguém fala nada" quando os números apontam redução.

"O que é que essa turma faz? Ah, esse mês aumentou. Aí faz o escândalo. Todos os meses que baixam ninguém fala nada", disse.

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente alega que as ações de combate ao desmatamento no período relacionado aos dados divulgados nesta sexta-feira estavam sob a responsabilidade da Vice-Presidência da República.

Em 30 de abril, o governo encerrou a Operação Verde Brasil 2, comandada pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia. Nos últimos meses, a operação de combate ao desmatamento ilegal contou com o apoio das Forças Armadas. Isso foi garantido pelo Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que vigorou no período.

"A Operação de Garantia da Lei e da Ordem Ambiental - GLO Ambiental, vigorou até 30 de abril, sob o comando da Vice-Presidência da República", justificou o Ministério comandando por Ricardo Salles em resposta a um pedido de posicionamento.

'Alta de desmatamento em abril desmente governo', diz entidade
Em nota, o Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil, afirma que a alta no desmatamento vista em abril desmente o governo Jair Bolsonaro.

"Os novos dados desmentem o governo federal, que comemorou a queda de cerca de 15% nos alertas verificada entre agosto de 2020 e abril de 2021 (em relação ao mesmo período anterior), como resultado da ação do Exército na Amazônia", diz o observatório.
"Os alertas têm oscilado mês a mês para cima e para baixo, o que mostra que não existe uma política consistente ou uma ação sustentada da administração federal para controlar a devastação", continua o comunicado.

Os especialistas da rede analisaram que "a queda geral de 15% só apareceu nos dados porque os alertas em julho, agosto e setembro de 2019 foram completamente fora da curva - somente em julho de 2019 uma área equivalente a uma vez e meia a cidade de São Paulo tombou na Amazônia", afirmaram.

"Em contrapartida, janeiro deste ano teve o menor desmatamento de toda a série do Deter, mesmo sem nenhuma operação de fiscalização realizada, devido a um problema burocrático que atrasou a ida do Ibama a campo", diz o texto.
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"A fiscalização do Ibama está parada devido a mudanças impostas por Ricardo Salles [ministro do Meio Ambiente] nos procedimentos de autuação. O processo de punição a crimes ambientais também foi inviabilizado pelo ministro. E sinalizações de que o crime compensa vêm se repetindo em atos como a investida do ministro do Meio Ambiente contra uma operação de apreensão de madeira da Polícia Federal", afirma, em nota, o Observatório do Clima.

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