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Aldeia de índios não tem sede definida

OESP, Vida, p. A28
18 de Mai de 2012

Aldeia de índios não tem sede definida
As duas opções, em Jacarepaguá, ficam em locais poluídos e dominados por milícia

ANTONIO PITA / RIO

Faltando menos de um mês para o início da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), um dos eventos da programação paralela ainda não tem local definido. A Aldeia Kari-Oca, que reunirá diferentes tribos indígenas nacionais e povos nativos de diversos países, ainda busca um espaço para instalar as ocas onde ocorrerão debates e atividades culturais.
Na tarde de ontem, organizadores do projeto e representantes do governo federal e municipal se reuniram para definir o local do projeto. A proposta é que a aldeia ocupe um terreno no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) localizado na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, na zona oeste. A colônia fica a cerca de 8 quilômetros do local da conferência e até a década de 90 abrigou um centro de tratamento psiquiátrico.
Em um dos locais visitados, o acesso passava por uma área de esgoto a céu aberto e com carcaças de animais no caminho. No outro terreno, um canteiro de obras, com materiais de construção e entulhos, preocupava os organizadores. "Não queremos ficar em um local urbano, em que o ecossistema esteja prejudicado. Isso seria falso para nós", afirmou um dos organizadores do evento, o líder indígena Marcos Terena.
Outra preocupação dos organizadores é a segurança. Segundo um dos representantes da Fiocruz, os terrenos ficam numa região dominada por uma milícia. Essa foi a terceira visita realizada pelos organizadores ao Rio na tentativa de encontrar um terreno adequado para o projeto.
Prazo. A aldeia reedita um encontro indígena que ocorreu durante a Rio-92 e deve reunir 1,6 mil participantes, entre tribos brasileiras e povos de diferentes países, como Nigéria, Canadá e até do Japão. A proposta é agregar aos debates oficiais da ONU a visão dos povos indígenas sobre a questão ambiental.
A área planejada para toda a estrutura da Kari-Oca é de 7 mil m². Serão instalados alojamentos, banheiros ecológicos e duas ocas para receber debates e atividades culturais. Uma delas, com capacidade para 500 pessoas, é chamada de Casa da Sabedoria, onde ocorrerão debates entre pajés e líderes de povos nativos participantes. O outro espaço, a Techno-Oca, será voltado para a difusão das atividades.
Para ajudar na construção do espaço, 20 índios da tribo Kamaiurá, da região do Alto Xingu (MT), devem chegar ao Rio na próxima semana.
O prazo estimado para a conclusão das obras é de três semanas.

OESP, 18/05/2012, Vida, p. A28

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,aldeia-de-indios-nao-tem-se…

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