OESP
24 de Mar de 2006
Alckmin assina decreto de parque no Rodoanel oeste
Área de 1,3 milhão de m2 passa da CDHU para a pasta de Meio Ambiente; local tem 70% de mata preservada
Iuri Pitta
Prazo ainda não há, mas aos poucos a criação de um parque no trecho oeste do Rodoanel Mário Covas começa a ganhar corpo. Candidato tucano à Presidência da República, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai assinar amanhã um decreto, em evento público, que transfere a posse de uma área de 1,3 milhão de metros quadrados para o Estado. A medida faz parte do trâmite burocrático para que a Secretaria do Meio Ambiente possa transformar o local no Parque do Ipê.
Recreação e lazer não serão prioridade no Ipê, ao contrário do que ocorre, por exemplo, com o Ibirapuera, área verde de tamanho pouco menor que o do novo parque. O objetivo principal, disse Helena Carrascosa, diretora do Departamento de Projetos da Paisagem da secretaria, é preservação.
"Mais de 70% da área é de mata atlântica muito bem preservada", disse ela. "A primeira função do parque é servir de base para pesquisas de como manter uma vegetação remanescente dentro da cidade. Há pouca informação sobre manejo de floresta em área urbana."
O futuro Parque do Ipê fica no limite de três municípios - São Paulo, Cotia e Osasco -, entre as Rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt. O terreno faz parte de uma gleba, chamada Fazenda Tizo, pertencente à Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU). "Embora seja do Estado, a CDHU é uma empresa. Por isso, o terreno precisa do decreto do governador, que autoriza a transferência", explicou Helena.
Além disso, o governo reservou R$ 5 milhões para serem aplicados na criação do parque este ano. Essa verba é suficiente para cercar a área e começar a construção da infra-estrutura para pesquisas. "Não temos previsão de quando abriremos o parque ao público, mas estimamos que em 2007 a infra-estrutura esteja completa."
MOBILIZAÇÃO
A criação do parque era reivindicação antiga de organizações não-governamentais (ONGs) e moradores do entorno da área. Helena lembra que, no decreto que cria o parque, será determinado que a gestão do parque seja participativa.
"O Conselho de Orientação terá representantes do Estado, das prefeituras e da sociedade civil", disse a diretora. O governo também busca parcerias com a iniciativa privada para apoiar financeiramente o projeto. "Já temos duas empresas interessadas e vamos procurar outras."
OESP, Metrópole, 24/03/2006, p. C8
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