CB, Brasil, p. 11
19 de Out de 2005
Ajuda de R$ 30 milhões
Uma semana após governo do Amazonas decretar estado de calamidade, União libera recursos para atingidos pela estiagem
Hércules Barros
Da equipe do Correio
O governo liberou R$ 30 milhões para ajudar 28 municípios do Amazonas afetados pela seca. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que decidiu ver de perto a estiagem sofrida pelos amazonenses oito dias depois de o governo do Amazonas decretar estado de calamidade pública em todos os 61 municípios. O crédito extraordinário deve ser publicado hoje no Diário Oficial da União e só será usado caso as chuvas previstas pelo serviço nacional de meteorologia para o fim do mês não cheguem. Esta é a maior seca que atinge os rios do Amazonas desde 1963. A estiagem também está atingindo o estado vizinho. No Pará, 11 cidades estão em estado de emergência, prejudicando 130 mil moradores do oeste do estado.
"Temos mais R$ 5 milhões disponíveis", adianta Ciro, ao divulgar à imprensa os números da ação do governo federal. Segundo o ministro, até ontem foram distribuídas dez mil cestas básicas e está prevista a entrega de mais 40 mil nos próximo dias. Trinta e quatro toneladas de alimentos vão sair de Brasília para atender as populações ribeirinhas. Antes da medida do Ministério da Integração, o governo do estado já havia distribuído 50 mil cestas básicas. A região afetada tem uma população estimada em 167 mil pessoas, aproximadamente 32 mil famílias.
Embora o ministro afirme que não faltará alimento para a população, até o momento 914 comunidades estão isoladas e o acesso só é feito de barco. Em algumas regiões, o baixo leito dos rios está levando a morte de peixes, como em Lago Rei. "Os rios são basicamente a malha de transporte dessas comunidades", admite Ciro. O Ministério estima que a situação esteja normalizada até o fim de novembro, com a estação de chuvas prevista para ter início até o fim deste mês.
Para suprir o colapso da rede hidroviária, serão utilizados, no atendimento da população da região, quatro aviões de grande porte - três Hércules C-130 e um boeing, e 14 helicópteros das Forças Armadas. Foi destinado R$ 1 milhão na malha de transporte aéreo para gastos com combustível e diária dos militares.
Kits de saúde
Cerca de 150 kits farmacêuticos foram enviados pelo Ministério da Saúde em estado emergencial, com antibióticos, antiinflamatórios, anti-hipertensivos e antiparasitários. "Não há epidemias hoje e queremos preveni-las", ressalta Ciro. O ministro adverte, no entanto, que a situação mais preocupante está por vir por causa da retomada do nível dos rios com água degradada e imprópria para beber.
Questionado sobre a demora do governo na ajuda às vítimas da seca na Amazonas, ele esclareceu que a ação governamental se deu com a decretação de calamidade pública feita pelo governo do estado no último dia 11 de outubro. Desde 2001, o nível de precipitação pluviométrica tem diminuído na região.
A seca também atinge o estado de Minas Gerais. De acordo com a Coordenação Estadual de Defesa Civil de Minas, até ontem 66 municípios estavam em situação de emergência e a cidade de São Francisco, norte de Minas, decretou estado de calamidade. Segundo o ministro, antes do reconhecimento federal da situação em Minas, já foi autorizado ao Exército utilizar carros-pipa e a fazer distribuição de cestas básicas. "Existe um fluxo regular de atendimento", diz o ministro, ao lembrar que Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Piauí também sofrem com a estiagem.
CB, 19/10/2005, Brasil, p. 11
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