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Água tratada para Entorno

CB, Cidades, p. 25
30 de Jun de 2004

Água tratada para Entorno
Acordo de cooperação entre Goiás e Distrito Federal cria empresa que vai oferecer serviços de saneamento básico para a população de 22 cidades vizinhas de Brasília

Fabíola Góis
Da equipe do Correio

Os governos do Distrito Federal e de Goiás uniram esforços para resolver o problema de falta de água e saneamento básico na região do Entorno do DF. Os governadores Joaquim Roriz (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) assinaram ontem em Luziânia (GO) o termo de criação da Companhia Ambiental Águas Brasileiras. Mais de um milhão de habitantes de 22 municípios goianos que fazem parte da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (Ride) deverão ser beneficiados com abastecimento de água potável, tratamento de esgoto e coleta de lixo a partir do próximo ano.
  A sede da nova empresa será em Luziânia. O presidente da Companhia de Saneamento do DF (Caesb), Fernando Leite, diz que será feita uma parceria entre as duas unidades da federação com os municípios da Ride. Essa é uma atitude inédita no país. Dois governos se unem para resolver problemas de saneamento em uma região conjunta, afirmou.
  A parceria entre os dois governos começou no ano passado, quando a Saneamento de Goiás (Saneago) e a Caesb assinaram um convênio para abastecimento dágua. Esse consórcio, porém, abastece apenas 40% da cidade. Os 60% restantes são de responsabilidade da Sanebrás — consórcio formado há um mês pelas seis empresas que vendem água para a população do Entorno.
  Os dois consórcios usam água de poço para abastecer os 130 mil moradores de Águas Lindas. Mas a Sanebrás tem um poço semi-artesiano, que não atinge o lençol freático. Na seca, a água se torna escassa. Para o presidente da Caesb, a nova companhia será a saída para a região. A empresa é uma proposta moderna, enxuta e baseada nos princípios da economicidade, lucro e rentabilidade, diz Fernando Leite.
  O governador Joaquim Roriz acredita que não adianta desenvolver Brasília se o Entorno do DF continua com diversos problemas, como a falta de saneamento, hospitais e escolas. Não imagino uma linha divisória fictícia entre o desenvolvimento e o atraso. A região é uma só. Temos que lutar para que Brasília se desenvolva e o Entorno também, declarou. Para Roriz, a obra é fundamental para evitar a falta de água e esgoto a céu aberto. Vamos transformar a região como transformamos Brasília, concluiu.
Ação em municípios
Em uma primeira etapa, a Companhia Ambiental Águas Brasileiras atenderá Luziânia, Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama e Águas Lindas. Todos os municípios estão na bacia do Rio Corumbá. Os outros 16 municípios que integram a Ride irão aderir no decorrer da implantação da companhia. O prazo para a assinatura de termo de atuação conjunta é de no máximo 180 dias. Mas antes a Assembléia Legislativa de Goiás precisa dar o aval para que o governo faça a parceria com o DF. A Câmara Legislativa local já autorizou o convênio.
  A Ride é integrada por 20 municípios de Goiás e três de Minas Gerais. Eles tiveram acelerado crescimento populacional e urbano desordenado. O senador José Roberto Arruda (PFL), autor do projeto que criou a Ride em conjunto com o deputado distrital Augusto Carvalho (PMDB), entende que a parceria é a ação mais importante entre os dois governos nos últimos anos. Isso só foi possível com a Ride. Antes o DF era proibido por lei de investir no Entorno, lembra Arruda.
  A primeira etapa do trabalho de saneamento na região do Entorno tem um orçamento previsto de R$ 170 milhões. Um contrato com a Caixa Econômica Federal (CEF) garantirá R$ 70 milhões só para Águas Lindas, cidade considerada como prioritária para receber as primeiras melhorias.Com 130 mil habitantes, a cidade fica às margens da Bacia do Descoberto.
Progresso
Os primeiros municípios beneficiados:
Águas Lindas
Santo Antônio do Descoberto
Novo Gama
Luziânia
Valparaíso
Os principais problemas
Falta de coleta e tratamento de esgoto
Falta de abastecimento de água potável
Inexistência de coleta de lixo
Mananciais prejudicados com o crescimento desordenado

CB, 30/06/2004, Cidades, p. 35

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