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Água: padrão de consumo precisa passar por revisão

OESP, Metrópole, p. A18
14 de Dez de 2016

Água: padrão de consumo precisa passar por revisão
Encontro da Ambev e do 'Estado' discutiu ideias de especialistas em gestão de recursos hídricos no Brasil

Racionalizar o consumo, dar melhor gestão aos recursos e buscar inovações tecnológicas. Essas são algumas das propostas trazidas por especialistas em recursos hídricos para garantir a segurança hídrica do Brasil nos próximos anos, em encontro organizado ontem pelo Estado e patrocinado pela Ambev.
O primeiro painel do evento, com o tema "Como Salvar Nossas Reservas", teve como palestrantes o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Vicente Andreu, o biólogo e gerente nacional de água da The Nature Conservancy Brasil (TNC-Brasil), Samuel Barreto, a coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica Malu Ribeiro e a coordenadora da Aliança Pela Água, Marussia Whately.
Para Andreu, os dados de consumo mostram que é necessário mudar o uso da água no País. Ele lembra, por exemplo, que São Paulo tinha 72 metros cúbicos de consumo geral para atender 20 milhões de habitantes e, no período da crise hídrica, chegou a 52 metros cúbicos.
Já Barreto ressaltou que o Brasil ainda faz uma gestão dos re¬cursos hídricos "romana". "Exporta, transporta, usa e descarta. Até o resíduo sólido tem um modelo mais inteligente, de reciclagem. Usamos um modelo de mais de mil anos atrás." A falta de cuidado com os mananciais também foi alvo de crítica da coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica Malu Ribeiro. "Nos grandes centros chamamos as áreas de manancial, que deviam ser os cinturões verdes de segurança climática da nossa cidade, da periferia. Mandamos, há décadas, para essas ocupações, a população que mora em áreas de risco, irregulares e, pela regulação, não têm acesso ao saneamento básico." Para Marussia, o problema da água precisa ser combatido em diversas frentes, como cuidar das fontes de água e reduzir o consumo.
Outras alternativas apresentadas durante o dia foram o reúso de esgoto, após tratamento, e a dessalinização. Essas opções foram destacadas pela diretora de mercado da Companhia de Água e Esgoto do Ceará, Cláudia Caixeta.
Seca. Em meio a esse debate, o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra Secas (Dnocs), Ângelo José de Negreiros Guerra, informou que o órgão dará continuidade à política de açudagem, existindo planos para a construção de 320 barragens. "Não sabemos se vamos ter recursos, mas já foram identificados (locais)."

OESP, 14/12/2016, Metrópole, p. A18

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