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Água da capital vem até de Minas Gerais

Metro, Em foco, p. 6
20 de Mar de 2008

Água da capital vem até de Minas Gerais
Metade da Grande São Paulo recebe água do sul mineiro

Você sabe de onde vem a água que você bebe, usa para cozinhar ou tomar banho? Para metade dos moradores da região metropolitana de São Paulo (cerca de 9 milhões de pessoas), curiosamente, ela é retirada de Minas Gerais.
O volume fornecido pelo Sistema Cantareira enche as caixas-d'água e torneiras de bairros tão distantes como Tatuapé, Lapa, Higienópolis, Bela Vista e Santana. É também a base para cidades como Osasco e Guarulhos.
O abastecimento nessas regiões depende da água retirada do sul mineiro, de cidades como Extrema, Camanducaia, Itapeva e Sapucaí-Mirim. Nessa área ficam alguns dos reservatórios do Sistema Cantareira. Há outros em Atibaia, por exemplo, mais perto de São Paulo, mas que dependem da água captada em Minas.
Com isso, dá para ter uma idéia do quanto se consome de água em São Paulo. É preciso ir buscá-la em outros Estados. E isso implica custo, impacto ambiental, redes maiores, mais suscetíveis a quebras e falhas.
Para Marussia Whately, coordenadora do programa Mananciais do ISA (Instituto Socioambiental), a procura por uma água tão distante é reflexo da contaminação de reservatórios mais próximos, o que impede que toda a água disponível possa ser utilizada, do consumo cada vez maior e do gerenciamento do sistema - já que o grau de extração das represas existentes é tão alto que não permite a reposição.
"Essa prática de ir cada vez mais longe buscar água tem limite. Olhe ao nosso redor: o Rio de Janeiro não vai dar água para São Paulo, o Paraná também não, Minas menos ainda", diz Marussia.
"A única opção é o Vale do Ribeira [sul do Estado]. Mas será que vale a pena? Lá está 15% do pouco que restou de mata atlântica. Temos cavernas, o impacto ambiental seria enorme", afirma. "E é esse tipo de raciocínio que nos levou à situação atual. É um modelo predatório. É muito melhor cuidar das represas existentes e economizar."
Roberto Pellim

Site dirá pelo CEP que água você bebe

Quer saber de onde vem a água de sua casa? Na página www.mananciais.org.br é possível descobrir, por bairro, a qual sistema está ligado o abastecimento de seu imóvel. Em breve a ferramenta permitirá uma busca por CEP, muito mais precisa. A iniciativa integra a campanha De Olho nos Mananciais, do ISA (Instituto Socioambiental), lançada em novembro do ano passado, com apoio do Metro, para aproximar da população o conhecimento sobre os mananciais - e os riscos que correm. RP

Economize água

1 Diminua a quantidade de produtos de limpeza na hora de fazer a faxina.
Usar apenas a quantia necessária de detergentes, sabões e produtos de limpeza em geral é uma maneira de economizar água. Você vai precisar usar menos litros de água para remover os produtos. Instituto Socioambiental

2 Prefira molhar as plantas com regador em vez de usar uma mangueira.
Usar 10 minutos de mangueira equivale a gastar até 186 litros. Adotar o regador ou recipientes menores pode proporcionar uma economia de 96 litros de água a cada vez que as plantas são aguadas. Instituto Socioambiental

3 Elimine vazamentos e abasteça São Paulo por um dia. Se um cano tiver um buraco de 2 milímetros, o vazamento da água por um ano será de 1,15 milhão de litros. Se eliminarmos essa perda em 5.000 residências, será poupada água para abastecer o Estado de São Paulo por um dia. Instituto Akatu/Metro Brasil

4 Só ligue a lavadora de roupas quando sua capacidade estiver no máximo. Usá-la quando há pouca roupa para levar é desperdício de água. Acumule a roupa por alguns dias até que você consiga lavar tudo de uma vez. Lembre-se de reutilizar a água do enxágüe para outras tarefas.
Instituto Socioambiental

Metro, 20/03/2008, E foco, p. 6

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