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Agricultura familiar terá marca própria

OESP, Economia, p. B9
14 de Jul de 2004

Agricultura familiar terá marca própria
Selo aroma do campo será lançado em 40 dias para venda de café pela Fetaesp

Márcia de Chiara

A agricultura familiar, que responde por dois terços da mão-de-obra empregada no campo, quer participar da polpuda receita do agronegócio, setor que tem sustentado a atividade econômica. Dentro de 40 dias, os produtos da agricultura familiar serão vendidos com a marca "aroma do campo", criada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp).
O primeiro item com esse selo será o café. Na lista dos prováveis candidatos a obter essa chancela estão mel, frango caipira, frutas, legumes e verduras, diz o presidente da Fetaesp, Braz Agostinho Albertini. Ele conta que a entidade chegou a ser procurada por uma cooperativa de agricultores italianos interessados em importar o café produzido por agricultores de Timburi (SP).
Albertini ressalta que existem duas realidades dentro do agronegócio. A agricultura empresarial, que vai de vento em popa, e a agricultura familiar, responsável por 38% do valor da produção, cujos produtores não conseguem participar dos resultados espetaculares do agronegócio. "Faltam financiamento, organização na comercialização e assistência técnica ao agricultor familiar", resume o presidente da Fetaesp.
Problemas - No ano passado, por exemplo, dos R$ 5,4 bilhões de crédito destinado ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), apenas R$ 3,5 bilhões foram emprestados, exemplifica, Albertini. Ele destaca que os bancos não têm interesse em emprestar para os pequenos agricultores. A comercialização dos produtos é, segundo ele, o maior problema do setor. Como a produção da agricultura familiar é de pequena escala, os produtores muitas vezes e entregam a safra em consignação para intermediários, que revendem o produto na Ceagesp.
Para preencher essas lacunas, a entidade realiza de 13 a 15 de agosto, em Agudos (SP), a 2.ª Feira Estadual da Agricultura Familiar e do Trabalho Rural. A expectativa é receber cerca de 20 mil visitantes e gerar até R$ 4 milhões em negócios. Albertini destaca que entre os expositores estão grandes indústrias de implementos agrícolas, como Jacto, Jumil e Marchesan, que fabricam linha específica de equipamentos para agricultura familiar.
O Carrefour participará do evento interessado em abrir canais para compra de frutas, verduras e legumes direto dos produtores, diz o presidente da Fetaesp. Além disso, estarão presentes na feira o Banco do Brasil, Nossa Caixa, além de universidades e institutos de pesquisa, como a Unesp de Bauru e de Botucatu, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

OESP, 14/07/2004, Economia, p. B9

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