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Agricultores e índios tupinambás reivindicam luz elétrica no sul

A Tarde (BA) - www.atarde.com.br
26 de Abr de 2010

O programa Luz para Todos é motivo de disputa entre 49 pequenos agricultores da região do Maroim, nos municípios de Una e Ilhéus, e 220 famílias de índios tupinambás da aldeia Serra do Padeiro, no município de Buerarema.

Os dois grupos conseguiram aprovar um projeto no comitê gestor do programa Luz para Todos, do governo federal, e esperavam ter energia até março passado, mas não sabem quando isso ocorrerá. A Coelba, de acordo com a assessoria de comunicação, chegou a iniciar o serviço na área dos pequenos produtores porque tinha a Autorização de Supressão de Vegetação, concedida pelo Instituto de Meio Ambiente (IMA).

O trabalho no Maroim provocou a reação do cacique Rosivaldo Ferreira, conhecido como Babau e hoje preso em presídio federal em Mossoró (RN), que se sentiu preterido com o início do serviço apenas na área dos produtores rurais e teria exigido que o serviço de implantação do fornecimento de energia elétrica também fosse iniciado na aldeia. Como não foi atendido, no dia 13 de fevereiro passado, o cacique e outros índios, armados, teriam sequestrado oito funcionários e um caminhão da empresa que realizavam o trabalho na área dos produtores rurais. A disputa aumentou a tensão na área e, por isso, a Coelba suspendeu as obras nas zonas rurais de Buerarema e Una.

Com a suspensão, a Coelba pretendia a segurança dos profissionais e dos equipamentos, mas também surgiram dúvidas sobre se a área onde realizava o trabalho integra a Reserva Biológica de Una, de preservação permanente.

Enquanto a Coelba espera definição e autorização do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, índios e produtores, que já faziam planos para a chegada da energia, continuam à luz de velas.

Os agricultores do Maroim cultivam cacau, frutas e guaraná e querem energia elétrica para fabricar polpas. Agnaldo Souza Moreira, dono de 10 hectares da Fazenda Paraíso, diz que tem prejuízo porque parte da produção de frutas se perde. Agnaldo também diz que a família anseia por uma geladeira, para beber água gelada e comer carne fresca. "A gente compra fresquinha, mas tem que salgar para não estragar?, diz.

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