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Agressão aos caiouás

CB, Brasil, p.12
17 de Dez de 2005

Agressão aos caiouás

Fazendeiros do Mato Grosso do Sul tentam passar uma boiada onde estão abrigados, desde quinta-feira, 508 índios guaranis-caiouás, despejados por ordem da Justiça Federal da área homologada pelo governo Lula em março deste ano. A desocupação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal. Os índios permanecem na estrada para a cidade de Antonio João a Bela Vista. A pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai), o prefeito de Antonio João, Junei Marques, foi ao local para tentar impedir os fazendeiros. O assessor da presidência da Funai, Odenir Oliveira, está no local, onde a situação é tensa. Boa parte das casas, roupas, comida e vestuário foi queimada pelos fazendeiros enquanto os índios carregavam os seus pertences. A operação de desocupação foi coordenada pela Polícia Federal e ninguém ficou ferido. Os policiais não impediram o início da ação dos fazendeiros, que queimaram boa parte das casas indígenas, e só agiram após insistentes pedidos dos índios. A denúncia dos incêndios, motivou o Ministério Público Federal em Dourados a abrir processo administrativo para averiguar a ação da polícia, que tinha 150 homens no local. Em Belém, a notícia da retirada dos índios guaranis-caiouás de suas terras causou revolta entre os participantes da Conferência Regional dos Povos Indígenas Eles elaboraram moção de repúdio à decisão do presidente do STF, Nelson Jobim. Ele suspendeu os efeitos do decreto de homologação da terra indígena Cerro Marangatu, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 29 de março.

CB, 17/12/2005. p.12

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