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19 de Out de 2016
Um jovem de 24 anos e um adolescente de 15 continuam reféns de indígenas na manhã desta quarta-feira (18) em José Boiteux, no Vale do Itajaí. Os índios pedem que seis famílias não-indígenas que moram na comunidade da Serrinha, área pleiteada pelos índios como terra indígena, saiam do local. Os dois são mantidos reféns desde a manhã de terça (18).
A mãe do jovem mantido na reserva informou ao G1 que por volta das 7h desta quarta o rapaz continuava impedido de deixar o local. "Meu marido foi até lá, mas os índios não o deixaram se aproximar. Estamos muito preocupados, não só com ele, mas com minha neta de 4 anos que viu o pai ser amarrado e arrastado", contou Erotildes Elhnkhel.
Segundo a mulher, um vizinho que é casado com uma indígena relatou à família que ele está ferido e que na noite de terça foi ameaçado com um facão.
Por volta das 10h30, familiares e moradores protestavam em frente à sede da Funai. Além disso, segundo a RBS TV, parentes dos reféns também bloquearam as duas entradas da cidade, queimaram pneus e protestram.
Os moradores também informaram a reportagem que se as vítimas não forem libertadas até o fim da tarde pretendem fechar a BR-470.
Ação policial
A Polícia Militar informou que assim que foi acionada para atender o caso tomou as medidas cabíveis, que foi informar a Polícia Federal da situação. Além disso, a PM disse que extrapolou suas competências e levou os agentes federais de Itajaí ao local da ocorrência com o helicóptero da corporação.
A Polícia Federal esteve na reserva na tarde de terça, mas não pode interferir por se tratar de uma situação da competência da Polícia Civil. Esta, por sua vez, informou que também não pode tomar as medidas necessárias no caso por se tratar de uma situação restrita à Polícia Federal.
Ao G1, a Polícia Federal informou que são de sua responsabilidade os casos envolvendo indígenas quando se referem a crimes cometidos contra uma comunidade inteira, contra os direitos indígenas, não um crime praticado por um índio em particultar contra outra pessoa.
Alegações dos índios
"Um acordo da comunidade indígena com a comunidade branca eles [brancos] quebraram", disse Cullung Teie, do Conselho das Mulheres Indígenas. "Queimaram a casa de um índio, já, ali pra dentro. Tiraram a placa colocada para demarcação das terras. Eles não respeitam a nós. Então agora a gente tomou uma decisão", afirmou a indígena.
Ainda de acordo com a RBS TV, o prefeito de José Boiteux, Jonas Pudewell, solicitou a ajuda pra PM e comunicou o Ministério Público Federal (MPF), que acionou a Polícia Federal.
Há cerca de 10 anos, índios e as famílias não-indígenas têm conflitos na demarcação das terras. Os índios querem ampliar a área indígena de 14 mil para 37 mil hectares. O processo está na Justiça Federal.
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