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Ações pró-quilombolas criam tensão em SP

Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP
19 de Set de 2007

Ações pró-quilombolas criam tensão em SP

Em São Paulo, as ações destinadas à demarcação de terras remanescentes de quilombos estão provocando tensões entre fazendeiros, ecologistas e quilombolas.

Reunidos na capital paulista nesta semana, durante evento promovido pelo Ministério Público Federal, representantes de comunidades quilombolas de diversas partes do Estado disseram que os fazendeiros ameaçam resistir às demarcações - que os obrigariam a sair das áreas que ocupam. Por outro lado, organizações e autoridades ambientais questionam a permanência dos quilombolas em áreas de preservação.

"Tem fazendeiro fazendo até ameaça de morte", disse João Paulo de Almeida, da comunidade Praia Grande. "Um deles já disse que não quer ver a negrada no pasto dele."

Segundo relato da coordenadora da comunidade Pedro Cubas de Cima, a quilombola Edivina da Silva, as tensões devem aumentar: "É um começo de briga. Tenho medo de alguma tragédia. Os fazendeiros dizem que quilombola não trabalha, é preguiçoso, não merece terra."

Em diversos pontos do Estado, territórios reivindicados pelos remanescentes de quilombos se sobrepõem a áreas de conservação ambiental, dando origem a atritos com autoridades do setor. No encontro promovido pelo Ministério Público, os quilombolas também reclamaram da legislação ambiental, por não respeitar os traços culturais de suas comunidades. "Sabemos preservar o meio ambiente, mas à nossa maneira", disse o líder comunitário André Luís. "Tanto é verdade que criaram parques em cima de áreas onde vivem quilombolas porque estão bem preservadas."

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