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Ação inédita para indígenas nas Usinas de MS

Funasa-Brasília-DF
08 de Ago de 2005

Cerca de mil indígenas trabalhadores da Usina Debrasa, em
Brasilândia, terão orientações sobre doenças sexualmente
transmissíveis (DST), hanseníase e tuberculose. A ação, que começa
hoje (8) e termina sexta (12), é promovida pelo Distrito Sanitário
Especial Indígena (Dsei), da Coordenação Regional da Fundação
Nacional de Saúde de Mato Grosso do Sul (Core-MS) e tem o apoio do
governo do estado, por meio do Laboratório Central (Lacen) e da
prefeitura de Três Lagoas.

A usina em Brasilândia será a primeira visitada de um total de seis
em todo o estado que contratam mão-de-obra indígena. De acordo com
técnicos do Dsei, o trabalho visa levantar a realidade dos
trabalhadores índios para planejamento de ações preventivas para
essa parcela da comunidade.

Para controlar a tuberculose, a Funasa, desde 2004, vem capacitando
as equipes de saúde de cinco usinas do estado em diagnóstico,
tratamento e controle da doença. Segundo a enfermeira Roselene Lopes
de Figueiredo, do Dsei da Funasa em MS, um dos maiores problemas
encontrados são as altas taxas de abandono ocasionadas pela evasão
de pacientes em tratamento.

"Os índios partem em busca de sustento, oferecendo sua de
mão-de-obra não especializada e sazonal nas destilarias de álcool,
utilizando-se quase sempre de nomes fictícios para evitar o estigma
da doença, o que dificulta e até inviabiliza o acompanhamento
adequado do tratamento por parte dos Pólos Base da Funasa. Não raro
estes pacientes retornam em estágio mais avançado da enfermidade",
afirma.

"Em relação às DSTs, a iniciativa de fazer esse levantamento nas
usinas e trabalhar a orientação quanto à prevenção e tratamento
partiu da constatação de que para sermos mais efetivos no controle a
doenças sexualmente transmissíveis, precisamos não só trabalhar nas
aldeias, mas nas localidades onde há maior concentração de
mão-de-obra indígena, onde esses trabalhadores chegam a ficar por
dois meses", aponta o coordenador do Programa de Controle de
DST/Aids da Funasa em MS, o enfermeiro Newton Gonçalves de
Figueiredo.

As palestras de controle e prevenção às doenças começam hoje (8) e
serão realizadas diariamente após o expediente de trabalho, com uma
hora e meia de duração. A equipe do Dsei espera atender cerca de 200
trabalhadores por dia. Os participantes receberão orientações sobre
os sintomas das doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose e
hanseníase, suas características, contágio e formas de tratamento.
As palestras são sempre de 19h às 20h30.

Amanhã (9), tem início a realização de exames nos trabalhadores.
Para os sintomáticos respiratórios serão disponibilizados exames de
escarro. Além disso, haverá reuniões com as equipes do Programa de
Saúde da Família da Secretaria Municipal de Brasilândia.

Na quarta-feira (10), a aldeia Ofaié-Xavante receberá ações
educativas relacionadas às doenças. A equipe também realizará
visitas aos vilarejos próximos à usina para orientações de métodos
preventivos de DST e Aids.

Todos os problemas identificados nesses dias de trabalho serão
encaminhados para a Coordenação Estadual de DST/Aids que irá
auxiliar a Coordenação Regional da Funasa no trabalho de prevenção
nas comunidades indígenas.

Atualmente trabalham na Debrasa cerca de 1.800 funcionários, sendo
que mais de 50% da força de trabalho é indígena. Além de
Brasilândia, os municípios de Maracaju, Naviraí, Nova Andradina,
Nova Alvorada do Sul e Sidrolândia possuem usinas de álcool e cana
de açúcar que contratam trabalhadores indígenas.

Informações:
Ascom/CoreMS/Funasa
Telefones: (67) 325.1499
Ramais 1301, 1302 e 1304

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