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A Abril premia os projetos e produtos com foco ambiental

GM, Meio Ambiente, p. A10
16 de Set de 2004

A Abril premia os projetos e produtos com foco ambiental

Revista Casa Claudia divulga práticas de arquitetura e design ecológicos. Simplicidade sem rusticidade, qualidade estética, conforto térmico, tecnologia e adequação à cultura local. Esses são alguns dos itens que nortearam a avaliação dos projetos arquitetônicos e de produtos contemplados com a terceira edição do Prêmio Planeta Casa, uma iniciativa da revista Casa Claudia, da Editora Abril. A entrega dos prêmios foi realizada na noite de ontem, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo.
Com o objetivo de difundir os conceitos da construção e arquitetura sustentáveis, o prêmio está em sua terceira edição e abrange cinco categorias: ações sociais, que recompensam iniciativas de empresas e organizações não-governamentais; produtos, que estimulem a adoção de novos padrões de produção e consumo; projeto arquitetônico; design de interiores e projeto de produto, desenvolvido por estudante.
De acordo com Silvia Farias, diretora de redação da revista Casa Claudia, o prêmio foi criado em função do interesse dos leitores em sistemas para economia de água e energia elétrica, e que está se expandindo rumo à adoção de novos materiais, mais ecoeficientes. "A arquitetura sustentável está saindo do experimental e se tornando acessível ao mercado. O prêmio tem o objetivo de levar essas informações para o consumidor", explica.
A observação do trabalho de institutos, ONGs e acadêmicos inspiraram a definição das categorias. Uma delas, a Ação Social, premia algumas dessas iniciativas. Neste ano, os finalistas foram oficinas de artesanato, usina de triagem e reciclagem de papel, extração de óleos essenciais da região amazônica, além de uma cidade autosustentável no meio do cerrado goiano. Como empresa, foi contemplada a Ecoleo, primeira revenda de madeiras certificadas com o selo do Forest Stewardship Council (FSC) da América Latina, localizada em São Paulo.
A categoria Produtos premia as inovações que já chegam ao mercado imbuídos do conceito de sustentabilidade e ganho ambiental. Nesse quesito, se enquadra a nova linha de refrigeradores Glass Line da Bosch, marca da BSH Continental, que utilizam o gás R600a (isobutano) como substituto dos gases que contém flúor e carbono, danosos à camada de ozônio (ver matéria nesta página). O novo fluido refrigerante possui maior eficiência energética e permite uma economia de até 3% no consumo doméstico de energia.
Outro destaque são as telhas feitas a partir de embalagens longa-vida, projeto da Tetra Pak com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). Além de serem mais leves e proporcionarem maior conforto térmico, as telhas custam cerca de 25% a menos do que os modelos tradicionais.
Algumas das inovações não chegam aos mercados massificados, mas podem ser encontrados em lojas especializadas. O Casa Planeta premiou ainda inventos como o Ecofogão. Inspirado no tradicional fogão a lenha, comum no interior do País, foi desenvolvido em aço pelo engenheiro florestal Rogério Miranda. Vem com módulo, tubulação e chaminé e tem como alvo as famílias que vivem no meio rural. O ventilador de teto Spirit 203 Led, criação do estúdio Indio da Costa Design, possui desenho diferenciado que garante uma performance 30% maior do que os convencionais. É fabricado em policarbonato 100% reciclável.
"Há menos de cinco anos, não havia nada do gênero no mercado e hoje já temos projetos inteiros baseados no conceito de sustentabilidade ambiental", afirma Silvia. "Já é possível desenvolver um projeto com recursos para economizar água e energia e usando materiais como madeira certificada e material de demolição", diz.
A arquiteta Beatriz Meyer foi a vencedora da categoria Projeto Arquitetônico. A profissional inspirou-se em casas de colonos bandeirantes do século XVIII, que tinham como características o desenho quadrado e as amplas varandas. Usou madeira certificada extraída por uma comunidade de manejo de Rondônia e aquecimento de água por energia solar. "A construção sustentável mostra que é possível rever nossos padrões de consumo, e torná-los mais conscientes", finaliza Silvia.

GM, 16/09/2004, Meio Ambiente, p. A10

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