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ABC se prepara para receber 2ª.fase do Rodoanel

GM, Gazeta do Brasil, p. B13
25 de Out de 2005

ABC se prepara para receber 2ª.fase do Rodoanel
Cidades melhoram infra-estrutura e transportes em busca de novas empresas na região

Wallace Nunes

Os negócios em torno do trecho sul do Rodoanel Mário Covas mexem com as prefeituras da região do ABCD. Com as seguidas mudanças do perfil econômico ao longo dos últimos anos, as cidades querem tirar proveito do desenvolvimento que a obra proporcionará.
A poucos meses do início da segunda fase do projeto, cresce a expectativa de negócios. A melhoria da infra-estrutura local . e especulação imobiliária já são assuntos principais entre os prefeitos da região. Diretamente beneficiadas, as cidade de São Bernardo do Campo e Mauá correm contra o tempo para melhorar a rede de transportes, asfaltamento de ruas e avenidas e ainda o ensino profissionalizante para qualificar a mão-de-obra entre jovens e desempregados.
Por sua pujança financeira, São Bernardo largou na frente. "Estamos melhorando o transporte público, o ensino profissionalizante até o asfalto de ruas e avenidas", conta a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Maria Alice Bérgamo.
A secretária disse também que o tem estabelecido parcerias com várias indústrias sediadas na cidade para melhorar a qualidade do ensino profissionalizante. "Convênios com as montadoras e empresas de logística estão sendo realizados para capacitar profissionais da área da construção civil e transportes", destaca Maria Alice.
Em Mauá, cidade que concentra um grande número de empresas petroquímicas, as mudanças ainda são tímidas, mas significativas. De concreto há o asfaltamento das avenidas próximas ao futuro maior anel viário do País.
Obra considerada essencial para ampliar o escoamento de cargas pelo Porto de Santos, o Rodoanel irá criar uma via expressa entre o interior do estado e a Região do ABC, que dá acesso à Baixada Santista.
Com a entrega do trecho Sul -o Oeste já está funcionando - prevista para estar totalmente concluída até o final de 2015, os caminhões e as carretas que transportam as cargas do complexo não serão obriga dos a atravessar o sistema viário urbano da capital paulista. Atualmente, o trânsito acaba atrasando em várias horas o serviço, aumentando custos de empresas de diversas áreas.
Construções
A chegada do anel viário também tem fomentado, ainda que de maneira tímida, a especulação imobiliária. Mas, ao contrário do ocorreu no trecho Oeste, muitas empresas devem esperar a delineamento final do trecho. De concreto apenas as Casas Bahia anunciou (e já está construindo, com previsão de entrega para novembro) -seu maior depósito na região, que abastecerá o Grande ABC, Baixada Santista e a zona leste da capital paulista. A Center Castilho, empresa de material de construção também tem planos de construir seu entreposto até o fim deste ano. "Já atendi dez empresas grandes com a intenção de se instalar na cidade, e estão em busca de áreas", afirmou Maria Alice Bérgamo.
"Para uma obra de vultuosidade é claro que os preços devem aumentar, mas como falta muito para que isso aconteça a mudança de valores somente deverá ocorrer no início real das obras", afirma o presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores da região do ABCD, Milton Bigucci.
Parceria
O empresário afirma que o não-esclarecimento dos detalhes técnicos da obra é um dos fatores que impedem o aumento dos preços. Por isso, ainda há muito espaço para ser comercializado. "Isso tudo deverá mudar quando obra realmente sair do papel. Enquanto isso não acontecer nada muda" ressalta Bigucci.
Avaliada em R$ 2,5 bilhões, a parte Sul será construída através de uma parceria entre União e Estado. O Planalto assumiu o compromisso de investir R$ 700 milhões durante os cinco anos em que a obra está prevista, liberando R$ 140 milhões por ano. O restante caberá ao governo de São Paulo.

Pendências retêm verbas da obra

Karla Correa

O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, rejeita qualquer motivação política para o atraso no repasse de verba para a obra do Rodoanel. Os R$ 17 milhões referentes ao Orçamento de 2004, que só foram liberados no segundo semestre deste ano, fazem parte de um montante de R$ 1,2 bilhão em restos a pagar do DNIT, contingenciados por limitação de recursos.
Já os R$ 35 milhões que estavam previstos para a obra no Orçamento deste ano não foram liberados porque, de acordo com o secretário, a. obra apresenta várias pendências.
"O próprio Estado de São Paulo não concluiu o processo licitatório da obra, que também apresenta pendências relacionadas ao licenciamento ambiental. Como pode se falar, nessa situação, de motivação política para a liberação de recursos? Não houve repasse porque o processo não foi concluído", rebateu Passos.
"O ministro Alfredo Nascimento reiterou, na semana passada, ao governador Geraldo Alckmin, a disposição do ministério em trabalhar em parceria com o governo do estado para a conclusão do Rodoanel. Nós reconhecemos que a dotação prevista para a obra no orçamento de 2006 -- R$ 14 milhões - está aquém do necessário. Mas estamos trabalhando junto com a bancada paulista no Congresso e estimulando a edição de emendas parlamentares para complementar essa dotação. As emendas nesse sentido contarão com total apoio do ministério".
O secretário-executivo fez questão de lembrar que o orçamento deste ano sofreu um corte de R$ 600 milhões em relação ao do ano passado. Isso teria afetado obras em todo o País, não só em São Paulo, o que inviabilizaria qualquer argumento de motivação política para a ausência de repasses.

GM, 25/10/2005, Gazeta do Brasil, p. B13

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