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1,1 mil pessoas são detidas em 2 dias

OESP, Vida, p. A15
14 de Dez de 2009

1,1 mil pessoas são detidas em 2 dias
Protestos pelo clima foram realizados na região central de Copenhague; ONG critica rigor da polícia

Andrei Netto e Afra Balazina, Copenhague

Novos protestos realizados ontem em Copenhague resultaram na prisão de mais 200 pessoas, elevando a cifra do fim de semana para cerca de 1,1 mil detidos. Entre os manifestantes estão grupos antiglobalização ou anarquistas - alguns dos quais violentos - que foram à capital dinamarquesa para participar da 15ª Conferência do Clima (COP-15). A maioria dos participantes das manifestações, porém, é de cidadãos e militantes de organizações não governamentais.

Os protestos de ontem aconteceram a poucos quilômetros do centro, próximo do porto de Copenhague, e provocaram uma cena inusitada na cidade: enquanto moradores e turistas aproveitavam o comércio aberto no domingo, carros, furgões e helicópteros de polícia rodavam em alta velocidade, em clara demonstração de força. "Cerca de 200 manifestantes foram interpelados", limitou-se a informar o comando da operação. Os detidos portariam "máscaras de gás e outros objetos ilegais".

Todos foram levados para o centro de averiguação de Retortvej, organizado em Valby, nas imediações de Copenhague. Na mesma instituição, 938 pessoas ficaram detidas na noite de anteontem, após a passeata gigante que mobilizou 30 mil pessoas, segundo as forças de ordem, e 100 mil, de acordo com seus organizadores. Na manhã de ontem, apenas 13 pessoas continuavam detidas.

Questionamento

Em razão do rigor da polícia, a ONG Climate Justice Action denunciou ontem o que definiu como prisões arbitrárias de manifestantes. Mel Evans, porta-voz da organização, criticou as supostas violações dos direitos humanos.

Ele reclamava da exposição dos militantes, algemados, ao frio - a temperatura oscilou entre -1oC e 2oC ao longo do dia. "Eles foram algemados e mantidos cerca de quatro horas sentados na rua, sem assistência médica, sem água, sem possibilidade de ir ao banheiro", protestou Evans. "Enquanto congelavam, muitos urinavam sobre si mesmos, presos em linha, como animais."

Apesar da dimensão das manifestações, a cidade não registrou até ontem casos graves de violência durante a COP-15.

OESP, 14/12/2009, Vida, p. A15

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