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L3D00053
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2021
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Aquatic Conservation: Marine and Freshwater Ecosystems
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31
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1158-1166
A bacia amazônica tem sido submetida a eventos climáticos extremos e de acordo com as projeções de mudanças climáticas este hidrossistema pode enfrentar mudanças na dinâmica natural dos ciclos de cheias que favorecem a alimentação e reprodução de muitas espécies de peixes, ameaçando a biodiversidade aquática. As áreas protegidas (APs) são as principais ferramentas utilizadas para salvaguardar a biodiversidade no longo prazo; no entanto, são áreas fixas que podem estar sujeitas às mudanças climáticas, questionando sua eficiência futura na proteção da biodiversidade. A bacia amazônica atualmente se beneficia de um nível de proteção relativamente alto, pois 52% de sua área de captação está sob a forma de UCs ou terras indígenas. No entanto, a capacidade dessas APs de proteger a biodiversidade de água doce permanece incerta, pois geralmente foram avaliadas com pouca consideração aos ecossistemas de água doce e sua conectividade hidrológica. O estudo avalia a eficácia das UCs na representação da ictiofauna amazônica sob condições climáticas atuais e futuras. Uma abordagem macroecológica foi usada para estimar o tamanho mínimo da área geográfica necessária para cada espécie alcançar a persistência a longo prazo. No futuro, a bacia amazônica corre o risco de perder 2% de sua fauna de peixes de água doce devido a condições climáticas inadequadas, com outros 34% afetados negativamente. A atual rede de UCs da Amazônia cobrirá a faixa mínima necessária para a persistência de espécies para mais de 60% das espécies de peixes de água doce analisadas no cenário climático futuro. No entanto, mais de 25% das futuras espécies suscetíveis estão atualmente concentradas em grandes afluentes e na planície de inundação do centro-baixo Amazonas onde ocorrem poucas UCs, evidenciando a falta de ações de conservação adequadas para esses corpos d'água específicos.