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0MD00192
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15
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2021
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Cambridge
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Latin American Antiquity
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1
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32
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173–187
Dados recentes, coletados usando imagens de sensoriamento remoto e veículos aéreos não tripulados, revelam a padronização extremamente bem definida de aldeias arqueológicas com praças no estado brasileiro do Acre em termos de tamanho, layout, cronologia e cultura material. As aldeias compreendem vários montes de terra dispostos em torno de praças centrais e estradas que irradiam para fora ou convergem para os locais. As estradas conectavam as aldeias situadas a 2–10 km umas das outras no leste do Acre. O estudo atesta a existência de grandes populações interfluviais sedentárias que compartilham as mesmas identidades socioculturais, bem como padrões estruturados de movimento e planejamento espacial em relação às redes rodoviárias operacionais durante o período pré-colonial tardio. As aldeias com praças do Acre apresentam semelhanças com as bem documentadas comunidades organizadas por redes viárias nas regiões do Alto Xingu e Llanos de Mojos. Levando em consideração evidências etno-históricas e etnográficas, bem como a presença de sítios arqueológicos e características de terraplenagem comparáveis ao longo da margem sul da Amazônia, sugerimos que as aldeias com praças do Acre estavam ligadas por uma rede de estradas inter-regionais a outros territórios vizinhos situados ao longo da borda sul da Amazônia e que o movimento ao longo das estradas era o principal meio de transporte humano nos interflúvios amazônicos.