VOLTAR

Obra cria "barreira verde" e desapropria 2.784 imóveis

FSP, Cotidiano, p. C3
08 de Out de 2010

Obra cria "barreira verde" e desapropria 2.784 imóveis
Propriedades atingidas superam as dos trechos sul ou leste do Rodoanel
Estado defende opção de traçado na malha urbana para isolar a Cantareira e conter expansão irregular

De São Paulo

O trecho norte do Rodoanel prevê desapropriar 2.784 imóveis, 54% mais do que no trecho sul e 160% acima da estimativa no trecho leste. A área atingida, porém, é bem menor que a dos demais.
Esse quadro reflete a opção adotada pelo Estado de evitar impactos mais drásticos no Parque Estadual da Cantareira, embora atingindo a malha urbana no extremo norte da capital paulista.
O estudo acessado pela Folha nos últimos dias defende essa alternativa como forma de também criar uma "barreira física" para conter ocupações irregulares que passaram a devastar a Cantareira nos últimos anos.
Com isso, diz, a via demarca um território a ser protegido da expansão urbana.
Dois terços dos imóveis afetados estão no próprio município de São Paulo, principalmente em Pirituba, Freguesia do Ó/Brasilândia e Jaçanã/Tremembé. O restante, em Guarulhos e Arujá.
As propriedades afetadas são predominantemente residenciais -perto de metade é classificada como "subnormal", incluindo favelas.
Mas também há nas proximidades do traçado condomínios fechados (inclusive de alto padrão, como perto da av. Inajar de Souza).
O traçado atenua, mas não evita danos à Cantareira. Quase metade da área atingida é coberta por vegetação.
O trecho norte do Rodoanel afeta uma área com fauna diversa. O estudo cita que, na região, há 64 espécies de mamíferos e 241 de aves -mais que no ramal sul, onde registraram 36 de mamíferos e 204 de aves.

COMPENSAÇÕES
O Estado prevê um gasto de R$ 463 milhões com ações ambientais como proteção da fauna e da flora e plantios compensatórios.
É menos do que foi gasto no trecho sul do Rodoanel, cujos custos atingiram R$ 500 milhões. O governo atribuiu a diferença às extensões de cada trecho (57 km no sul e 43 km no norte).
Para a licença ambiental, a alça norte será debatida em audiências públicas. O Estado pretende encerrar essa etapa neste semestre para licitar e iniciar a obra em 2011.
As características do trecho norte do Rodoanel devem ser semelhantes às das outras alças -com velocidade máxima de 100 km/h.
Haverá quatro faixas de tráfego entre a avenida Raimundo Pereira Magalhães e a rodovia Fernão Dias e três faixas de tráfego da Fernão Dias à Presidente Dutra.
Durante a construção, 78 vias nas imediações do traçado poderão ser temporariamente interrompidas.
(Alencar Izidoro)

FSP, 08/10/2010, Cotidiano, p. C3

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0810201002.htm

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.