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Índios serão beneficiados, diz presidente da Eletronorte

Estado de S.Paulo-SP
Autor: Neusa Ramos
01 de Fev de 2002

O presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, afirmou hoje que os índios da região do Rio Xingu, no Pará, não serão prejudicados com a construção do complexo hidrelétrico de Belo Monte. "As alterações no projeto permitem que a aldeia Paquiçamba, de 48 casas, não fique mais ilhada. E a manutenção do nível do rio no mesmo patamar ao longo do ano garante que os índios da região possam se deslocar o ano inteiro mais facilmente", disse Muniz, durante evento realizado em São Paulo para a apresentação do novo projeto da usina.

A principal alteração da obra, sob o aspecto ambiental, é a redução da área do reservatório de 1,2 mil quilômetros quadrados para 400 quilômetros quadrados com a construção de dois canais, nos moldes da obra da usina de Paulo Afonso IV, que ligarão dois pontos de alagamento.

Muniz, que chegou a ser ameaçado por uma índia com um facão durante a apresentação da versão inicial do projeto, destaca que a nova proposta prevê a construção da terceira maior usina hidrelétrica do mundo (depois de Três Gargantas, na China, com 17 mil MW, e de Itaipu, que terá a capacidade ampliada para 14 mil MW).

Para o diretor da Agência Estado, Rodrigo Mesquita, que participou do evento, a importância da obra sob o ponto de vista econômico (o preço da energia prevista é de US$ 12 MWh, enquanto a energia já amortizada de projetos hidrelétricos brasileiros alcança, em média, US$ 20), torna estratégico o empreendimento de Belo Monte. "Do ponto de vista ambiental, o bom é que não se fizesse nada, mas, se for observado o lado econômico, não temos direito de abrir mão do potencial energético da região", comentou.

O presidente da Eletronorte destacou que na região há vários projetos que não incluem o alagamento da floresta, como Peixe, Luiz Eduardo Magalhães, Serra Quebrada e Estreita. "Mas há outros, como o de Altamira, que prevê a inundação de 4 mil quilômetros quadrados."

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