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Com 3ª maior população do País, indígenas de MS têm menor acesso a saneamento básico

Correio do Estado - correiodoestado.com.br
Autor: Valesca Consolaro
25 de Fev de 2024

Dentro dos principais indicadores de saneamento vemos que apenas 26,4 % de indígenas têm acesso à coleta de lixo e à rede de esgoto em MS

Mato Grosso do Sul se destaca em vários aspectos nos dados do Censo 2022 divulgados nesta semana. A exemplo, é o Estado que mais avança em acesso à rede de esgoto no País e cerca de 90% da população têm acesso à coleta de lixo. Entretanto, sua população indígena, a 3ª maior do País, ainda é o grupo que têm menor acesso a saneamento básico em comparação com os demais grupos no Estado.

Os números sobre características dos domicílios, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destacam tais discrepâncias de acesso aos serviços de saneamento básico, principalmente quando considerada a cor ou raça dos moradores.

Dentro dos principais indicadores de saneamento por cor ou raça para MS, vemos que apenas 26,4 % de indígenas têm acesso à coleta de lixo e à rede de esgoto.

Tal grupo também fica abaixo da média no quesito de acesso ao abastecimento de água por rede geral, poço artesiano, poço raso, fonte ou nascente, com 76,7%.

Em contraste, os demais grupos, de pessoas brancas, amarelas, pardas e pretas são as que mais têm acesso à rede de esgoto, água encanada e coleta de lixo, estando todos com média semelhante.

Veja abaixo o quadro detalhado com percentuais de acesso a serviços de saneamento por cor ou raça no Estado:

População indígena
Ainda conforme dados do Censo 2022, o Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e MS é o estado com a 3ª maior população, com 116,3 mil.

O primeiro lugar é do Amazonas e Bahia, que juntos concentram 42,51% da população indígena do país. Eles são os estados com maior quantitativo dessa população: 490,9 mil e 229,1 mil, respectivamente.

Em seguida, vêm Mato Grosso do Sul (116,3 mil), Pernambuco (106,6 mil) e Roraima (97,3 mil).

Em 2010, quando foi realizado o Censo anterior, foram contados 896.917 indígenas no país. Isso equivale a um aumento de 88,82% em 12 anos, período em que esse contingente quase dobrou. O crescimento do total da população em geral nesse mesmo período foi de 6,5%.

Coleta de lixo
Em contexto geral, um dos pontos positivos de MS é que 90,33% dos domicílios têm acesso à coleta de lixo.

Os números coletados pelo IBGE mostram que, dos cerca de 980 mil domicílios contabilizados, 885 mil tinham seu lixo coletado de algum modo.

Quando visto pela ótica de moradores que tinham acesso ao serviço, 2,45 milhões de pessoas eram servidas de coleta de lixo (89,7%).

O número é a soma dos 87,8% que tinham o lixo coletado no domicílio e dos 1,9% cujo lixo era depositado em caçamba de serviço de limpeza e então, coletado pela empresa.

Rede de esgoto
Mato Grosso do Sul também é o estado com maior evolução em números de domicílios com acesso à rede de esgoto.

Em 2022, 48,9% da população era atendida por coleta de esgoto no Estado. O número é 114% maior que o registrado em 2010.

No País, todas as unidades da federação (UFs) registraram aumento da proporção da população residindo em domicílios com coleta de esgoto, com MS se destacando.

Segundo o IBGE, em 2022, 462,8 mil domicílios, nos quais moravam 1,25 milhão de pessoas, representando 45,8% da população, tinham esgotamento desse tipo em MS.

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