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Após furarem bloqueio em estrada, dois agricultores são mortos por índios no RS

O Globo, País, p.8
30 de Abr de 2014

Após furarem bloqueio em estrada, dois agricultores são mortos por índios no RS
Cerca de 30 indígenas assassinaram a tiros e pauladas dois irmãos em Faxinalzinho

-PORTO ALEGRE- Um grupo de cerca de 30 índios perseguiu e matou dois agricultores em Faxinalzinho, município situado a 433 quilômetros ao norte de Porto Alegre (RS), anteontem à noite, depois que as vítimas furaram um bloqueio de estrada mantido pelos indígenas desde domingo.
Segundo a Brigada Militar, os irmãos Anderson de Souza, de 27 anos, e Alcemar de Souza, de 41, foram mortos a pauladas e tiros na Linha Coxilhão, distante 15 quilômetros da prefeitura. Os indígenas estão acampados há 12 anos na região e reivindicam a demarcação de uma área de 2,7 mil hectares. Na gleba, vivem 140 famílias de agricultores.
De acordo com o capitão Mauri José Bergmann, da 4a Companhia da Brigada Militar em Faxinalzinho, os agricultores queriam levar uma carga de ração à propriedade da família, mas a estrada estava bloqueada com toras derrubadas pelos indígenas. Depois de desobstruir a rodovia e passar com o material, os produtores foram perseguidos e executados. Seus corpos foram jogados em uma lavoura de milho.
-Quando chegamos ao local, os indígenas estavam em fuga. Era um grupo grande. Não tinha como enfrentá- los. A princípio, as mortes foram provocadas por pauladas e tijoladas, mas os corpos também tinham marcas de tiros - disse o capitão.
Ontem à tarde, as estradas foram liberadas por um contingente da brigada, mas o comércio permaneceu fechado, e as aulas na rede municipal, suspensas.
A reserva do Kandóia está em disputa há mais de uma década. Em março de 2002, 198 famílias caingangues acamparam no local reivindicando a terra. Desde então, bloqueios são frequentes.
O procurador federal Ricardo Gralha Massia, que desde ontem acompanha o caso, creditou as mortes à uma "omissão propositada" do Ministério da Justiça.
-A portaria declaratória (da reserva) está há mais de um ano na mesa do ministro para ser assinada e até agora nada.
O superintendente da Fundação Nacional do Índio no RS, Roberto Perin, disse que o órgão "foi pego de surpresa" e solicitou um negociador federal. Em Brasília, a Funai informou que o envio de um representante
-A portaria declaratória (da reserva) está há mais de um ano na mesa do ministro para ser assinada e até agora nada.
O superintendente da Fundação Nacional do Índio no RS, Roberto Perin, disse que o órgão "foi pego de surpresa" e solicitou um negociador federal. Em Brasília, a Funai informou que o envio de um representante está sendo negociado com o Ministério da Justiça e o governo gaúcho. ( Flávio Ilha )

O Globo, 30/04/2014, País, p.8

http://oglobo.globo.com/pais/dois-agricultores-sao-mortos-por-indios-em…

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