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SP prevê vazão 80% maior em reservatório

FSP, Cotidiano, p. C1
17 de Dez de 2014

SP prevê vazão 80% maior em reservatório
Segunda maior reserva de São Paulo, Rio Grande poderá receber esgoto tratado e também água de outra represa
Estudo é uma parceria do governo do Estado com a iniciativa privada; objetivo é unir represas Billings e Guarapiranga

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Um projeto em parceria do governo paulista com a iniciativa privada prevê quase dobrar a vazão de água do reservatório Rio Grande, que atende 1,2 milhão de pessoas e, em meio à grave crise hídrica, se transformou na segunda maior "caixa-d'água" da região metropolitana de SP.
Um estudo já está andamento e envolve despejo de esgoto tratado no reservatório e também a interligação entre um rio e uma represa.
A obra completa, caso autorizada e concluída, elevaria a vazão do sistema dos atuais 5,5 m³/s para 9,5 m³/s.
Esse ganho na "produção" de água seria equivalente ao da futura obra de transposição de águas da bacia do rio Paraíba do Sul para os reservatórios do Cantareira --principal sistema da Grande SP.
O projeto para a ampliação da vazão do Rio Grande é mais uma iniciativa para reduzir a dependência das chuvas sobre o Cantareira, que atende 6,5 milhões de pessoas --antes da atual crise hídrica, eram 8,8 milhões.
A Sabesp trabalha nesse estudo em parceria com a Odebrecht Ambiental.
Uma primeira etapa seria triplicar a capacidade de produção de esgoto tratado na região do ABC paulista, dentro de um projeto que a Sabesp já tem com a empresa, chamado de Aquapolo.
Desenvolvido para atender o Polo Petroquímico do ABC, ele hoje é capaz de produzir 1 m³/s de água a partir do esgoto e está subaproveitado.
Mais 2 m³/s obtidos com essa ampliação de produção seriam levados por tubulações até o sistema Rio Grande.
Essa parte do plano deve custar R$ 500 milhões.
Por regulamentação federal, o esgoto tratado, chamado de água de reúso, só deverá chegar ao consumo humano após despejado em uma represa ou em um rio.
Depois disso ele deve ser captado e passar por um novo processo de tratamento para ser considerado potável.
SEGUNDA ETAPA
Para chegar aos 9,5 m³/s, o governo estadual espera contabilizar os ganhos de outra obra: a ligação do reservatório Rio Grande com o Rio Pequeno, mais ao sul, ambos braços da represa Billings.
Essa última intervenção está dentro do pacote de oito obras que deverão receber financiamento de R$ 3,5 bilhões para contornar a crise de abastecimento de São Paulo.
Segundo a Folha apurou, um dos objetivos do estudo é que a represa Billings, que historicamente atende à produção de energia e ao controle de enchentes, passe a ser incorporado aos poucos à represa da Guarapiranga, formando um só sistema.
Nesta terça-feira (16), o sistema Rio Grande operava com 65,1% de sua capacidade. Já o Cantareira, em estado crítico e que não sobe desde abril, estava com 7,1%.

FSP, 17/12/2014, Cotidiano, p. C1

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/200511-sp-preve-vazao-80-mai…

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