FSP, Cotidiano, p. C3
13 de Ago de 2014
Reter água afetará cidade de Alckmin, afirma órgão
ONS cita risco em Pindamonhangaba e em outros 14 municípios paulistas
Estado nega ameaça de desabastecimento no Vale do Paraíba; debate já mobiliza prefeitos da região
DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO
A decisão do governo de São Paulo de limitar a vazão de água do rio Jaguari causará problemas em pelo menos 15 municípios paulistas, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema). Entre eles está Pindamonhangaba, cidade natal do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
De acordo com o órgão, que controla a operação das usinas no Brasil, o esvaziamento de reservatórios antes do final da estação seca causará um "colapso" em outros 43 municípios do Rio.
Do lado elétrico, diz que a medida reduz geração de energia suficiente para uma cidade de 550 mil habitantes.
Além de Pindamonhangaba, seriam afetadas cidades como São José dos Campos, Taubaté e Guaratinguetá.
O governo paulista afirma que todo o Vale do Paraíba precisa de metade da água que está sendo lançada pelo Jaguari e que, por isso, não faltará água para a região.
O impasse preocupa o prefeito de Pindamonhangaba, Vito Ardito Lerário (PSDB), que vai se reunir com membros do Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba para tratar do assunto, segundo assessores.
O superintendente do consórcio, Mário Vieira, diz que prefeitos do Vale do Paraíba querem saber sobre o real risco de desabastecimento.
O vice-presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, Luiz Barreti, diz que o quadro preocupa já em curto prazo. Segundo ele, o rio pode secar até novembro com a vazão atual.
O Estado pretende interligar o reservatório do Jaguari, na bacia do Paraíba do Sul, ao sistema Cantareira.
Barreti diz que, ao poupar o Jaguari, outros reservatórios como Paraibuna, Santa Branca e Funil são penalizados (assim como diz o ONS). "O risco é esgotar os reservatórios e não chover em 2015."
Alckmin defende medida; governador do Rio critica SP
DE SÃO PAULO DO RIO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a defender nesta terça (12) a redução do volume de água para o reservatório do rio Jaguari e disse não ver necessidade de entrar na Justiça para manter a medida.
"A lei é muito clara: a água é primeiro para o abastecimento humano, depois para o abastecimento de animais e depois para as demais utilidades do sistema hídrico", disse, citando a lei que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.
"Queremos a aplicação da lei. Não é necessário ir à Justiça para aplicar a lei. Isso se faz no diálogo."
Ele afirmou que o aumento da vazão poderia levar a um "colapso".
Também nesta terça, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), criticou a medida e pediu intervenção federal na questão. "São Paulo não pode tomar uma decisão unilateral", afirmou.
A ação reduz o volume de água do rio Paraíba do Sul, que abastece boa parte do Rio. Afeta ainda outros três reservatórios de usinas do Estado.
Segundo o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), a medida pode prejudicar 12 milhões de pessoas.
FSP, 13/08/2014, Cotidiano, p. C3
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/180457-reter-agua-afetara-ci…
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/180453-alckmin-defende-medid…
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.