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Produtor quer liberar algadao transgenico

FSP, Dinheiro, p.B9
03 de Set de 2005

Redução de custos é vista pelos cotonicultores brasileiros como principal vantagem da variação genética da fibra
Produtor quer liberar algodão transgênico
Karla Domingues
Se é possível dizer que há uma unanimidade no setor de algodão no país, ela pode ser assim definida: aprovação de transgênicos para a cultura. Produtores presentes ao 5o Congresso Brasileiro de Algodão, que foi realizado nesta semana em Salvador (BA), dizem que a falta de aprovação da tecnologia para a fibra ameaça a cotonicultura do país.
O produtor Edio Brunetta afirma que, se os transgênicos não forem aprovados no Brasil até a safra 2006/7, haverá forte perda no plantio nacional de algodão.
Ele mesmo pretende diminuir em 50% a área plantada com algodão na safra 2005/6, migrando para outras culturas.
Para o consultor Newton Roda, como a soja é a menina-dos-olhos da produção agrícola brasileira, a aprovação da transgenia nessa cultura é mais fácil. Roda avalia que, por não ser um produto ingerido pelo homem, o debate sobre o algodão transgênico deveria ocorrer de forma mais fácil.
A vantagem do uso dos transgênicos, segundo seus defensores, é a redução de custos possibilitada pela menor aplicação de defensivos agrícolas em plantas mais resistentes a pragas. Na outra ponta, os grupos contrários à aprovação dizem que não há estudos que comprovem a segurança das plantas modificadas.
Segundo João Carlos Jacobsen Rodrigues, presidente do Fundeagro (Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão), a cotonicultura brasileira apresenta alta competitividade no mercado externo, mas está sendo prejudicada por uma política fraca e pela questão ambiental no caso da liberação dos transgênicos.
"A aprovação do transgênico não é a solução definitiva para melhorar a competitividade da produção brasileira, mas é uma importantíssima ferramenta para a consolidação do mercado brasileiro de algodão", afirmou.
Walter Horita, presidente da Associação Baiana de Produtores de Algodão, vai mais longe. "Não é possível competir com países que já usam transgênicos", diz. Mas faz uma ressalva: "Não adianta deter a tecnologia se os produtores são souberem manuseá-la corretamente".
Karla Domingues viajou a Salvador a convite da Abapa (Associação Baiana dos Produtores de Algodão).

FSP, 03/09/2005, p. B9

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