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24 de Set de 2024
ONG lança campanha para ajudar atingidos por seca e queimadas Ação da Cidadania levará alimentos e purificadores de água a indígenas, ribeirinhos e quilombolas nas regiões Norte e Centro Oeste Victória Pacheco 24/09/2024 No final da manhã do dia 30 de agosto, chamas de um incêndio florestal cercaram a aldeia Itu Cachoeira, no município de Juara (MT), por quase uma hora. Foi esse o tempo necessário para que uma brigada voluntária de indígenas chegasse até o local. "Parecia que o fogo ia consumir a aldeia inteira, ele começou a acelerar com a força do vento. Foi desesperador", conta Joelison Poias, 20, indígena da etnia kawaiwete e chefe da brigada. O incêndio, contido quando estava a cerca de 5 metros da aldeia, não deixou feridos. Na primeira semana de setembro, uma queimada semelhante afetou outra aldeia da Terra Indígena Apiaká Kayabi. Atualmente, a brigada monitora três focos de calor. Indígenas do território vivem situação desafiadora: há pelo menos três meses, a seca tem se agravado, levando à falta de alimentos e água. "Tem parte do rio que está tão rasa que já dá para andar no leito", diz Poias. Além disso, as queimadas afugentam os animais da região, dificultando a caça dos indígenas, que passaram a recorrer com cada vez mais frequência a açougues, relata o brigadista. Para ajudar comunidades indígenas como essa, além de ribeirinhos, quilombolas e outras pessoas que retiram seu sustento da floresta, a ONG Ação da Cidadania lançou uma campanha emergencial. Com a meta inicial de levar 10 mil purificadores de água a famílias atingidas pela seca e pelo menos 500 toneladas de alimentos, a organização vai socorrer municípios do Norte e Centro Oeste, ao lado de parceiros como a ONG Saúde & Alegria. Os filtros têm vida útil de 5 anos e são capazes de remover sedimentos e contaminantes da água, tornando-a segura para o consumo. É possível fazer doações pelo site da entidade. "A gente viu uma mobilização histórica no Rio Grande do Sul. O Brasil inteiro se uniu à causa. Mas não estamos vendo a mesma ajuda para essas famílias das regiões Norte e Centro Oeste", diz Rodrigo "Kiko" Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, ONG fundada por Betinho, há 30 anos, para combater a fome no país. "Isso nos entristece, porque reflete o racismo ambiental. Famílias mais pobres, indígenas, quilombolas e ribeirinhas acabam sendo negligenciadas." A ONG vai iniciar as ações de socorro usando fundo emergencial próprio para agilizar a resposta, mas depende de doações para ampliar seu impacto. A distribuição de alimentos e filtros ainda está sendo articulada com lideranças locais. "A gente sabe que a demanda é muito maior do que essa. Dependemos da boa vontade e da solidariedade do cidadão e especialmente do setor privado, que é normalmente quem mais doa", diz Afonso. https://www1.folha.uol.com.br/folha-social-mais/2024/09/ong-lanca-campa…
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