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Mangabeira defende pecuária intensiva em áreas devastadas

FSP, Brasil, p. A12
21 de Mai de 2008

Mangabeira defende pecuária intensiva em áreas devastadas
Ministro elogia governador mato-grossense e diz que "Amazônia não é apenas coleção de árvores", mas grupo de 25 mi de pessoas
Mangabeira se diz favorável à ampliação de mecanismos de fundos internacionais para financiar preservação e ações de desenvolvimento

Rodrigo Vargas
Da agência Folha, em Cuiabá

O ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), responsável pela coordenação do PAS (Plano Amazônia Sustentável), defendeu ontem a necessidade de um "plano estratégico" para a Amazônia que incluiria a "intensificação da pecuária" nas áreas já desmatadas da região e o uso de financiamentos internacionais para a preservação. A manifestação do ministro foi feita logo após seu encontro, em Cuiabá, com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).
"A Amazônia não é apenas uma coleção de árvores, mas um grupo de pessoas. Nela vivem mais de 25 milhões de brasileiros. Se essas pessoas não tiverem oportunidades econômicas, serão impelidas a uma atividade desordenada que levará ao desmatamento", disse o ministro, cuja nomeação para o PAS foi apontada como um dos motivos da saída de Marina Silva da pasta do Meio Ambiente.
Sobre Maggi, Mangabeira disse que o encontro mostra o "compromisso sagrado" de ambos na busca pela "reconciliação entre desenvolvimento e preservação". "É preciso lembrar que Mato Grosso não é apenas Amazônia, é também Centro-Oeste. E desempenha um papel exemplar na construção da agricultura brasileira. É um dos dínamos agrícolas, não só do Brasil, mas do mundo."
Segundo o Inpe, Mato Grosso foi o Estado que mais devastou a Amazônia nos últimos cinco meses de 2007 -na lista dos 36 municípios que mais desmatam a floresta, 19 são mato-grossenses. Para o ministro, porém, não é hora de "atribuir culpas ou medalhas".
Ao enumerar os pontos principais de seu plano para a região, citou a regularização fundiária. "A partir daí será possível estabelecer um grande zoneamento econômico e ecológico para a região, definindo estratégias para a Amazônia com floresta e sem floresta."
Nas áreas "sem floresta" -definidas por ele como "áreas de transição entre a Amazônia e o cerrado"-, defendeu o incentivo a uma agricultura "moderna e democratizada". Ele se disse favorável à ampliação dos mecanismos que prevêem fundos internacionais para financiar preservação e projetos de desenvolvimento.

FSP, 21/05/2008, Brasil, p. A12

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