VOLTAR

Litoral de SP tem aumento de encalhe de baleias

FSP, Cotidiano, p. C8
25 de Ago de 2007

Litoral de SP tem aumento de encalhe de baleias
Baixada Santista registra um número 23% maior de animais encalhados em 2007
Até foca foi encontrada; Ibama estuda se problema é conseqüência de mudanças climáticas ou de pesquisa que utiliza sinais sonoros

Mariana Campos
Da agência Folha, em Santos

Golfinhos, baleias, lobos-marinhos e até uma foca, entre outros animais, encalharam neste ano na Baixada Santista em um número 23,3% maior que em 2006. Até o fim da última semana, o Ibama havia registrado 37 encalhes na região, contra 30 em todo o ano passado.
Comparando os meses de julho e agosto, período de inverno e quando as ocorrência são maiores por ser época de migração dos animais, a situação é ainda pior: 20 encalhes neste ano contra seis, em 2006, e nove, em 2005.
A chefe do escritório regional do Ibama em Santos, Ingrid Oberg, afirmou que, além do número ter sido maior, apareceram espécies que há muito tempo não eram vistas na região, como a foca. "Tivemos também o aparecimento de quatro baleias em dez dias, sendo três filhotes, o que não acontecia tanto nos outros anos."
O Ibama começou a investigar as causas do aumento. Oberg aponta as mudanças climáticas como a principal hipótese, mas não descarta a possibilidade de alguma doença ter atingido os animais nem o impacto causado pelas pesquisas sísmicas que estão sendo realizadas na Bacia de Santos.
As pesquisas sísmicas são realizadas para detectar zonas de exploração de petróleo e gás natural. Elas utilizam sinais sonoros para adquirir dados geofísicos do subsolo marinho que podem interferir na comunicação dos animais.
"Não existe nenhuma pesquisa científica no mundo que tenha conseguido provar a relação entre a pesquisa sísmica e a morte de animais marinhos. Mas, uma vez que estão acontecendo os procedimentos na região, é uma hipótese que temos de investigar", afirmou.
A veterinária Andrea Maranho, do Gremar (Grupo de Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos), ONG que atua na região, disse que foi colhido material dos animais para realização de exames que poderão detectar doenças e se eles foram afetados pelas pesquisas.

FSP, 25/08/2007, Cotidiano, p. C8

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.