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Homem casado com índia se prepara para morar em Boa Vista

FSP, Brasil, p. A8
01 de Mai de 2009

Homem casado com índia se prepara para morar em Boa Vista

Da agência Folha, na Raposa/Serra do Sol (RR)

José Costa de Albuquerque, 78, mora há 60 anos na vila Surumu, na terra indígena Raposa/Serra do Sol. Chegou à região após se casar com uma índia da etnia macuxi, Maria Hilda Barroso de Albuquerque, 64. Nas poucas ruas de terra da vila, criou cinco filhos. Ontem, se preparava para ir embora.
"Quem ajudou a fazer tudo isso aqui foram os fazendeiros. Quando cheguei, não tinha índio. Eles ficavam para lá", afirmou, apontando para dentro da floresta, nos fundos de sua casa de alvenaria.
Seu Zelão, como é conhecido Albuquerque, um dos homens mais velhos do local, não é rizicultor ou proprietário rural. Faz parte da população de não índios que trabalhava nas fazendas do local. "Sempre cuidei de gado."
Hoje, com mal de Parkinson e aposentado pelo INSS, vive com "uns R$ 300" por mês. "Agora, vou comer e dormir. Só." Ele vai morar com um filho, em Boa Vista.
A maior parte desses empregados das fazendas já saiu. Mas a situação de Zelão tem uma peculiaridade, a de ser casado com uma índia.
Para membros do CIR (Conselho Indígena de Roraima), mulher e filhos podem ficar, mas é preciso que pessoas como ele saiam, por uma questão de segurança.
Argumentam que, se ficarem, podem repassar informações a não índios dispostos a invadir de novo a reserva. A mulher de Zelão deve acompanhá-lo. O casal receberá uma indenização de cerca de R$ 20 mil pela casa.

FSP, 01/05/2009, Brasil, p. A8

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