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Fissura de acidente da Chevron ainda libera óleo

FSP, Mercado, p. B6
20 de Jul de 2012

Fissura de acidente da Chevron ainda libera óleo
Segundo ANP, até 35 litros por dia saem das fraturas do campo de Frade
Vazamento estimado é de 3.700 barris; empresa, que trabalha na contenção, afirma que segue as normas

DO RIO

Oito meses após o primeiro acidente da Chevron no campo de Frade, na bacia de Campos, até 35 litros de petróleo continuam saindo diariamente de fraturas do reservatório, informou ontem a ANP (Agência Nacional do Petróleo) ao divulgar o relatório com a conclusão da autarquia sobre o caso.
O óleo vem sendo contido pela empresa americana, segundo a agência, que ainda analisa um segundo acidente ocorrido no mesmo campo e que provocou o afundamento do solo marinho.
A ANP estimou que o vazamento de petróleo totalizou 3.700 barris (588,3 mil litros), e não 2.400 barris como fora divulgado pela Chevron.
Parte desse volume ainda está contida no reservatório e, por isso, continua a ser liberado por fissuras, informou a diretora-geral da agência, Magda Chambriard.
O volume corresponde a 96% do total de vazamentos de petróleo do Brasil em 2011, de acordo com a ANP.
Ainda sem um valor de multa definido para o primeiro acidente -mas que deverá girar em torno de R$ 40 milhões para 25 infrações, segundo Magda Chambriard-, a ANP concluiu que, se a Chevron tivesse seguido corretamente a legislação brasileira e o seu próprio manual de procedimentos, executando análises de risco em conformidade com a regulamentação da agência, o acidente teria sido evitado.
A Transocean, que prestava serviços para a Chevron, não será autuada.
"A Chevron não foi capaz de interpretar a geologia, apesar de ter 62 poços já perfurados no campo de Frade. O erro de interpretação levou à estimativa incorreta da pressão, o que causou o acidente", explicou Magda.
Para voltar a perfurar no país ou injetar água em seus poços, a Chevron terá que provar à ANP que suas operações são seguras. "Entre outras coisas, [a empresa] terá que concordar com o relatório", disse Magda.
VOLTA À PRODUÇÃO
Para ela, não há obstáculos para voltar à produção. No próximo dia 27, a Chevron entregará à ANP o cronograma para voltar a produzir, o que deve acontecer em breve, mas apenas em poços não atingidos pelo acidente.
A Chevron contestou o relatório da ANP, alegando que utilizou corretamente os dados dos poços perfurados no campo para operar no local onde ocorreu o acidente.
Disse ainda que todas as perfurações feitas foram aprovadas pela agência e que os processos de gestão de risco estão em conformidade com as regras da ANP.
(DENISE LUNA)

FSP, 20/07/2012, Mercado, p. B6

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/55512-fissura-de-acidente-da-c…

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