EUA e UE pedem taxação menor a energia alternativa

EUA e UE pedem taxação menor a energia alternativa
Proposta visa eliminar as tarifas sobre equipamentos de geração solar e eólica
Medida surge dias antes de encontro de cúpula na Indonésia em que países discutirão um novo tratado global para o clima

Da Bloomberg

Os Estados Unidos e a União Européia apresentaram uma proposta para eliminar as tarifas mundiais que incidem sobre equipamentos de geração de energia solar, eólica e tecnologias relacionadas, com a intenção de estimular sua utilização e reduzir o aquecimento global.
A proposta, apresentada ontem na OMC (Organização Mundial do Comércio) em Genebra, na Suíça, pede que todos os 151 países-membros do órgão eliminem as tarifas que incidem sobre os produtos diretamente relacionados à redução das mudanças climáticas, como parte da continuidade da Rodada Doha de negociações sobre o comércio global.
Ao eliminar as barreiras tarifárias e não-tarifárias vinculadas a esses produtos, "nós podemos reduzir seu preço e ampliar o acesso mundial à utilização desses importantes produtos", disse em comunicado Susan Schwab, representante comercial dos Estados Unidos.
A medida surge apenas alguns dias antes do encontro de cúpula que ocorrerá na Indonésia na semana que vem, durante o qual a maioria dos países de todo o mundo discutirá um novo tratado global para o clima.
Após ter rejeitado o Protocolo de Kyoto -documento de 1997 que trata da redução das emissões dos gases geradores do efeito estufa-, o governo Bush está na defensiva, uma vez que alguns grupos setoriais europeus querem que sejam cobradas tarifas dos produtos de países que não implementaram o acordo.
O presidente norte-americano George W. Bush se opõe a uma redução obrigatória para as emissões de gases geradores do efeito estufa, como a exigida pelo tratado de Kyoto.

Sem barreiras
A proposta conjunta de EUA e UE pede a eliminação imediata das barreiras relacionadas ao comércio de 43 produtos, que vão de termostatos a juntas universais para turbinas geradoras de energia eólica, passando por peças de caldeiras.
A proposta também pede a liberalização das normas de investimento para o setor de serviços ambientais e uma rodada de cortes tarifários mais ampla e por períodos mais longos para outras tecnologias ambientais.
O comércio internacional desse tipo de produto movimentou uma soma superior a US$ 600 bilhões em 2006, e as exportações mundiais desses bens cresceram ao ritmo médio anual de 15% desde 2000, disseram os EUA em comunicado.
A eliminação dessas tarifas e de outras restrições poderá elevar em 13% as exportações de Estados Unidos, Japão, China e Alemanha, que são alguns dos maiores exportadores desses produtos, disse o Banco Mundial em relatório divulgado no mês passado.

FSP, 01/12/2007, Dinheiro, p. B19