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Espécies em extinção

FSP, Editorial, p .A2
20 de Nov de 2004

Espécies em extinção

Relatório divulgado nesta semana pela respeitada organização conservacionista IUCN afirma que são 15.589 as espécies que correm perigo de extinção. Elas figuram nas categorias "gravemente ameaçadas", "ameaçadas" ou "vulneráveis".
A situação pode ser ainda mais grave, pois o total de espécies é desconhecido. Estima-se que existam de 10 milhões a 100 milhões. Até agora, foi descrito apenas 1,9 milhão. A lista da IUCN indica que os anfíbios constituem a classe que corre maior perigo: 21% do total de espécies estão "ameaçadas" ou "gravemente ameaçadas". Em relação aos mamíferos, a cifra é de 10%. Para os pássaros, 5%.
O Brasil, que abriga o maior número de espécies, como não poderia deixar de ser, está entre os cinco países onde mais tipos de forma de vida se acham sob algum risco.
Há duas ordens de argumentos para defender a preservação. A primeira é essencialmente prática. Desequilíbrios mais profundos podem afetar o homem, suas lavouras e rebanhos. Além disso, é possível que algum animal ou planta em extinção produza uma proteína ainda não descoberta que tenha interesse para a indústria farmacêutica.
A outra linha de raciocínio é moral. Na versão caricata, bichos, como os homens, teriam direitos. Numa variante mais sofisticada, como a defendida pelo polêmico filósofo Peter Singer, a humanidade vem ao longo da história expandindo seu círculo de solidariedade moral. Nos primórdios, o homem importava-se apenas consigo mesmo e com a sua família. Com o decorrer do tempo passou a preocupar-se também com seus vizinhos, compatriotas e, por fim, com todo o gênero humano. Agora, começaria a pensar em outros seres, principalmente aqueles em que reconhece algum grau de consciência.
Seja por razões utilitárias, seja por outra ordem de preocupações, a preservação das espécies é uma meta a observar -mesmo porque a extinção tem a terrível característica de ser irrevogável.

FSP, 20/11/2004, Editorial, p. A2

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