FSP, Mercado, p. B7
21 de Set de 2011
Bacia do Alto Tietê vai cobrar por uso da água
Cobrança, que atingirá 3.000 usuários, é mais educativa que econômica, diz responsável
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
A partir de março de 2012, condomínios que têm poços artesianos, indústrias e empresas públicas como a Sabesp que abastecem as cidades na região metropolitana de São Paulo terão de pagar pela água retirada de rios, de córregos e do lençol freático. A cobrança atingirá 3.000 usuários que têm autorização para retirar água da bacia do Alto Tietê, que atinge 37 cidades e 20 milhões de pessoas.
O Estado deve arrecadar R$ 50 milhões por ano com a cobrança, valor a ser revertido para a própria bacia, com recuperação de mata ciliar e saneamento, entre outros.
A partir de março, quem consome por dia mais que cinco metros cúbicos de água estará incluso na cobrança. Isso significa alto consumo -uma casa média gasta de 25 m³ a 30 m³ de água por mês.
As casas não serão cobradas, pois o custo fica a cargo da captadora -como a Sabesp. Mas, se um condomínio retira água de poço, por exemplo, ele está incluso.
A cobrança não gera impacto econômico e serve mais como meio educativo de utilizar racionalmente a água, segundo Francisco José de Toledo Piza, da fundação da agência do Alto Tietê.
Serão cobrados R$ 0,01 por m³ de água captada, R$ 0,02 por m³ consumido e R$ 0,10 por efluente jogado. Se um prédio captar mil m³ de água no mês, por exemplo, a conta extra será de R$ 10 de captação e mais R$ 4 (estimativa de consumo). A zona rural não será cobrada.
EXPERIÊNCIAS
A bacia do Alto Tietê será a quarta no Estado a iniciar a cobrança. Uma das pioneiras, em 2007, foi a bacia do Paraíba do Sul. Já foram arrecadados R$ 9,2 milhões, segundo o comitê responsável, e cerca de R$ 7 milhões já foram aplicados na própria bacia.
FSP, 21/09/2011, Mercado, p. B7
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