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23 de Out de 2024
Acordo de Mariana demorou muito, mas tem seus méritos, diz governador do ES
Expectativa é que repactuação seja assinada na sexta-feira (25); rompimento da barragem de Fundão matou 19 pessoas em 2015
Danielle Brant
23/10/2024
O acordo para reparar os danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, que matou 19 pessoas em 2015, demorou muito para sair, mas tem seus méritos, avalia o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que vê impacto de longo prazo das medidas para amenizar a tragédia.
Pela repactuação, cerca de 40% dos R$ 100 bilhões a serem pagos pelas mineradoras serão destinados aos atingidos e 25% ao meio ambiente. Também haverá recursos para projetos de retomada econômica, R$ 11 bilhões para saneamento básico para os municípios afetados e R$ 4,5 bilhões para melhorias nas rodovias BR-356, em Minas Gerais, e BR-262, no Espírito Santo, entre outros pontos.
"É sempre muito difícil você falar que o acordo todo é justo. Primeiro que ele demorou muito, né? Tem uma demora que precisa ser registrada", diz Casagrande. Ele lembra, no entanto, que é o maior acordo já firmado no Brasil de um desastre ambiental.
"Tem também seus méritos. Não é fácil envolver todas as partes e fazer o entendimento. São temas difíceis porque envolvem pessoas atingidas, pessoas com família que perderam entes queridos. Então, de qualquer maneira, teve um esforço e é bom a gente poder chegar neste momento e assinar o acordo."
Ele vê no acordo uma oportunidade para que se façam investimentos que diminuem o impacto de destruição da bacia do Rio Doce. "Mas prefiro também registrar que esse impacto durará por muitos anos."
O Espírito Santo deve receber R$ 18 bilhões, em recursos que serão usados para duplicar trecho da BR-262, construir hospital e uma ponte, além de dinheiro para recompor florestas e investir em saneamento, entre outros itens.
"Vamos aproveitar bem esse recurso para diminuir o impacto social. Mas o impacto ambiental vai exigir das empresas ainda, é um trabalho, porque o rio Doce continua com um desequilíbrio. Então o impacto ambiental demora muito para de fato diminuir o efeito", afirma. "É melhor um acordo do que uma luta judicial para sempre. Esse acordo, na minha avaliação, tem méritos, mas, mesmo que tenha um defeito aqui ou lá, é melhor do que uma briga para sempre."
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