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31 de Jan de 2025
Vídeo engana ao afirmar que ministério teria entregue gestão de terras indígenas para iniciativa privada
Diferentemente do que é dito em post viral, órgão assinou um protocolo de intenções com uma multinacional
31/01/2025
Não é verdade que o Ministério dos Povos Indígenas tenha transferido a gestão de 14% do território nacional para uma empresa. Padre Kelmon, autor do vídeo verificado pelo Comprova, distorce o objetivo de um protocolo de intenções assinado pelo secretário-executivo do órgão, Eloy Terena, com a Ambipar, uma multinacional brasileira especializada em soluções ambientais.
O acordo, firmado durante o Fórum Econômico Mundial -realizado nos dias 20 e 24 deste mês-, prevê iniciativas para fortalecer a gestão territorial indígena com ações voltadas para o desenvolvimento sustentável e à prevenção a emergências climáticas.
Em nota publicada no domingo (26), o ministério desmentiu alegações de que o protocolo seria uma transferência de gestão de terras indígenas para a iniciativa privada. Segundo a pasta, a parceria "estabelece um compromisso preliminar sem transferência de qualquer verba ou de responsabilidade do poder público". A assinatura faz parte da ampliação de diálogos que o órgão se propõe a promover com diferentes setores da sociedade civil voltados para a proteção dos direitos dos povos indígenas.
De acordo com uma postagem da multinacional sobre a parceria, a iniciativa vai beneficiar quase 1 milhão de quilômetros quadrados de terras indígenas. Segundo a Funai, as terras indígenas no Brasil ocupam cerca de 14% do território nacional, o equivalente a 1,2 milhão de quilômetros quadrados. Para qualificar e fortalecer esses territórios, segundo o MPI, estão previstas as seguintes ações:
Projetos de conservação e recuperação ambiental;
Promoção da economia circular;
Gestão, destinação e disposição de resíduos sólidos;
Suporte técnico para prevenção e respostas a eventos extremos, como incêndios e enchentes;
Reflorestamento de áreas desmatadas e desenvolvimento de projetos de bioeconomia e serviços ecossistêmicos.
A reportagem entrou em contato com o Padre Kelmon pelo Instagram, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
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Por que investigamos?
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https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/01/video-engana-ao-afirmar-…
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