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Quilombolas terão de abrir caminho para foguetes no MA

FSP, Ciência, p. C11
10 de Dez de 2010

Quilombolas terão de abrir caminho para foguetes no MA
Governo quer realocar comunidades para ampliar lançamentos

Matheus Leitão
Felipe Seligman
De Brasília

O governo vai oferecer empregos e outras "compensações" às comunidades quilombolas para tentar resolver o impasse que inviabilizava o início da ampliação do CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), no Maranhão.
Uma minuta de decreto ao qual a Folha teve acesso, produzida pela AGU (Advocacia Geral da União), deve ser apresentada ao presidente Lula hoje. O documento estava pronto há pouco mais de dois meses, mas o governo não queria o desgaste político durante período eleitoral.
O decreto estabelece o programa "Alcântara Sustentável", com benefícios aos quilombolas que vivem na região, em troca da ampliação do CLA, onde funciona a Alcântara Cyclone Espace, empresa binacional Brasil/Ucrânia com 100% do capital público (50% de cada país).
A Folha: apurou que o Ministério da Defesa quer ampliar o território para mais perto do mar e fazer outros sítios de lançamento de foguetes "com mais segurança".
O decreto que chegará às mãos de Lula obrigará 21 das 106 comunidades quilombolas (um total de 408 famílias) a serem realocadas: Com isso, o CLA, que hoje tem cerca de 8.500 hectares, dobraria.
Em troca, o governo oferece moradias, emprego na construção da base, rodovias com acesso ao mar para pesca, e cotas nas escolas que serão construídas para os filhos dos engenheiros e técnicos que chegarão à região com as obras. Não haverá, porém, compensação financeira.
O texto foi construído por 22 órgãos, entre eles Casa Civil, GSI (Gabinete dê Segurança Institucional), e os ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Defesa e do Meio Ambiente.
Após a aprovação do presidente Lula, o documento será submetido, em janeiro, aos lideres quilombolas.

FSP, 10/12/2010, Ciência, p. C11

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