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Índios desocupam prédio e encerram manifestação na Funasa de São Paulo

Folha on line - http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u562578.shtml
Autor: THIAGO FARIA
08 de Mai de 2009

Cerca de três horas após ocuparem novamente o prédio da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), no centro de São Paulo, na manhã desta sexta-feira, índios colocaram fim às manifestações contra o órgão federal. O protesto começou na última terça-feira (5) e tinha como objetivo reivindicar mais assistência da Funasa às aldeias indígenas do Estado, além da demissão do coordenador regional, Raze Rezek.

A saída dos índios foi decidida após o presidente nacional da entidade, Danilo Forte, assinar um documento em que se compromete a cumprir algumas das reivindicações. A demissão de Rezek, no entanto, não está entre os compromissos.

Representantes indígenas também pretendem se reunir com Forte no próximo dia 20, em Brasília. Eles serão acompanhados por membros da Defensoria Pública da União, que hoje estiveram na sede da Funasa paulista negociando o acordo.

Ao sair do prédio, o cacique Darã --porta-voz dos manifestantes-- afirmou que o objetivo do protesto estava cumprido e que saia satisfeito. Chorando, afirmou acreditar que os compromissos serão cumpridos. "Nossa manifestação foi pacífica. Em nenhum momento fizemos os funcionários reféns", afirmou Darã.

Logo que o prédio foi desocupado, os indígenas se reuniram em frente ao prédio e celebraram o fim das negociações com uma dança guarani de agradecimento.

Compromissos

Entre os compromissos assumidos por Forte em documento --o presidente enviou por fax um papel assinado com os itens reivindicados pelos índios-- está a liberação de materiais e equipamentos para melhorar as condições de saneamento e abastecimento de água nas aldeias, a liberação de dez veículos para atendimento à saúde dos índios e o investimento de cerca de R$ 2 milhões que estava disponível no Orçamento 2008 do órgão, mas não foi aplicado pela coordenadoria.

"As comunidades concordaram que, havendo o compromisso desses termos que foi assinado, eles deixariam de reivindicar a saída de Rezek", afirmou o defensor público João Paulo Dorini, que se reuniu na manhã de hoje com os índios para negociar o acordo.

Ele também deve acompanhar as cinco lideranças indígenas que se reunirão no próximo dia 20 com Forte. "Na nova reunião, vamos tentar firmar um termo de ajustamento de conduta para que possamos trabalhar com algo mais concreto, como datas e, eventualmente, poder exigir isso judicialmente", afirmou Dorini.

Protestos

A primeira invasão do prédio da Funasa ocorreu na manhã de terça-feira (5), quando cerca de cem indígenas, representando 37 comunidades indígenas, fizeram cerca de 30 funcionários reféns. Eles só deixaram o prédio na noite de quarta-feira (6), após promessa de Rezek de pedir demissão ao presidente nacional do órgão.

Forte, no entanto, disse que o movimento contrário à atual gestão da regional é político e só iria tomar uma decisão sobre a entrega do cargo de Rezek após a desocupação do prédio.

No fim da tarde de ontem, a Funasa pediu à Justiça a reintegração de posse do prédio ocupado em São Paulo.

Com o pedido de reintegração de posse e após uma reunião de quase quatro horas com representantes da Funasa, os índios decidiram deixar o prédio sob protestos, mas permaneceram acampados em frente ao local. Na manhã de hoje, voltaram a invadir por entender que só assim conseguiriam um acordo.

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