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Índias criam coleção a partir de transe com a ayahuasca

FSP, Ilustrada, p. C6
23 de Abr de 2018

Índias criam coleção a partir de transe com a ayahuasca

Pedro Diniz

Povo pioneiro no Acre, ao tornar uma mulher pajé de uma tribo, em 2006, as índias Yawanawá estão nas vitrines da moda, de Miami (EUA), para onde enviam acessórios de miçangas desde 2015, às do Brasil, com uma coleção feita em parceria com a marca Farm.
As formas gráficas das pulseiras e dos brincos, assim como a mistura de cores usada nas peças da parceria com a grife carioca, são colhidas por elas em rituais.
Na passagem para o plano espiritual, quando tomam a ayahuasca, as índias trazem referências do que enxergam a partir do suposto contato com seus antepassados.
Os desenhos da tribo, antes restritos aos homens, agora são usados pelas mulheres para a criação das peças, que ajudam no sustento da família. Contorno de espinhas de peixe, jiboias e borboletas integram o portfólio das índias.
Os negócios da tribo são geridos por Julia Yawanawá, irmã da pajé, Katia.
"Criamos uma rede de 80 mulheres que, hoje, são responsáveis por comprar as necessidades básicas da casa", afirma Julia.
Chamado de Rautihu, o projeto das irmãs se espalhou por nove aldeias às margens do rio Gregório e já chegou à Europa, tendo a França como um dos principais compradores.
A tribo começa a trabalhar com sementes, a partir do beneficiamento do açaí, para criar colares.
Entre as referências do trabalho criativo, Julia explica que o dégradé das peças, com várias tonalidades de azul e amarelo, simbolizam o contato com Awavena, grande espírito feminino.
"Nossa ideia é trazer a beleza espiritual para o plano material", diz a artesã.

FSP, 23/04/2018, Ilustrada, p. C6

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/04/indias-criam-colecao-a-…

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