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Governo paulista faz 4a troca em 4 anos em pasta ambiental

FSP, Poder, p. A9
27 de Jun de 2018

Governo paulista faz 4a troca em 4 anos em pasta ambiental

Ana Carolina Amaral
SÃO PAULO

Governo paulista faz 4ª. troca em 4 anos em pasta ambiental

Joelmir Tavares e Ana Carolina Amaral

O divórcio do PP com a candidatura à reeleição de Márcio França (PSB- SP) derrubou o secretário estadual do Meio Ambiente, que havia sido indicado pelo partido. É a quarta troca de comando na pasta em quatro anos.
O economista Maurício Brusadin chegou ao cargo em agosto do ano passado, apadrinhado pelo presidente do PPno estado, deputado federal Guilherme Mussi.
A exoneração do secretário, a pedido dele, foi publicada nesta terça (26). Brusadin colocou o cargo à disposição de França depois que o PP rom- peuacordo de apoiá-lo na campanha e fechou aliança com 0 principal oponente do governador, João Doria (PSDB).
"Entendi que ficou difícil para o governador me segurar. Veio uma sinalização do governo e decidi sair" afirma o ex-secretário, que não é filiado ao PP mas foi indicado para o posto por ter familiaridade com a área e ser amigo de Mussi.
O ambientalista foi empossado pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ao assumir o Palácio dos Bandeirantes, em abril, França decidiu mantê-lo, como parte da estratégia para ter o PP em sua chapa.
A pasta, por ora, está sendo chefiada por Eduardo Trani, que até então era o secretário-adjunto. "Espero que seja mantido, para concluir o trabalho que vínhamos desenvolvendo", diz Brusadin.
A constante troca de comando na secretaria preocupa técnicos da pasta, que tem sido usada pelo governo como moeda de troca de apoio partidário. Desde a reeleição de Alckmin, em 2015, a pasta passou ainda pelo comando da professora de direito ambiental da USPPatricia Igleci- as e do administrador Ricardo Salles (PP).
Para o secretário que sai, a gestão ambiental sofre mais com as trocas partidárias porque "envolver muitos interesses conflituosos, de minera- doras a comunidades tradicionais, e requer anos de diálogo e negociação para viabilizar projetos de longo prazo".
Entre as preocupações dele está a implementação de consórcios regionais para tratamento de resíduos sólidos, com parcerias público-privadas.
Servidores da pasta relatam um "clima de fracasso generalizado". As trocas de comando e, portanto, de prioridades, têm dificultado, dizem, o trabalho dos funcionários que encaminham agendas com outros atores, como empresas e sociedade civiL Em nota, o governo disse que "não houve impacto nas políticas públicas de meio ambiente por se tratar de programas e projetos de longo prazo, gerenciados por líderes e quadros técnicos especializados, capacitados em administrar e conduzir as políticas públicas".

FSP, 27/06/2018, Poder, p. A9

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/com-4o-secretario-em-4-anos…

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