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Empresas de São Paulo não têm plano para seca, mostra estudo

FSP, Cotidiano, p. C6
21 de Nov de 2014

Empresas de São Paulo não têm plano para seca, mostra estudo
Segundo levantamento da Unicamp, 95% delas não preveem ações para a falta de água
Enquete recebeu dados de firmas, hotéis, indústrias e hospitais do Estado; só 12,4% fazem ações de reúso

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

Mesmo com a crise hídrica, 95% das indústrias, empresas, hospitais e hotéis de São Paulo não têm plano de contingência para falta de água, mostra levantamento realizado em outubro e novembro.
A enquete foi feita pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada) com o Neit (Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia), da Unicamp.
Ela constatou que, nos casos em que há plano de contingência, a saída é pegar o telefone e ligar para uma fornecedora de caminhão-pipa.
O estudo conta com informações de 137 organizações de todas as regiões do Estado de São Paulo. Foram enviados 2.000 questionários. Quatro segmentos foram investigados --55 indústrias, 49 empresas, 17 hospitais e 16 hotéis.
Praticamente um terço depende totalmente de sistemas de abastecimento público.
Entre os hospitais, 100% não têm outra fonte de água.
Para Rodnei Domingues, do CPDEC, os resultados atestam que as organizações que dependem das companhias de abastecimento terão suas operações comprometidas com eventual falta de água.
O levantamento também mostrou que apenas 12,4% das organizações pesquisadas têm alguma ação de reúso de água.
No caso do setor industrial, que compreende empresas que utilizam água em suas linhas de produção, 23,6% dos entrevistados têm ações para reutilizá-la.
Mas essas iniciativas respondem por 8,5% do volume de água usado. Em empresas que não usam água nos seus meios de produção, o volume reutilizado cai para 1,2%.
Nenhum dos 17 hospitais que responderam ao questionário tem ações de reúso.
O estudo "Uso e Consumo de Água no Estado de São Paulo" mostra ainda como a crise está prejudicando também fontes alternativas.
Entre as indústrias, 28,2% disseram que utilizam captação subterrânea de água por meio de poços artesianos.
Mas, para 14,7% das avaliadas, esse plano B não pode ser mais usado, pois os poços delas secaram.
Segundo os autores do estudo, que não podem revelar o nome das organizações privadas por uma cláusula de sigilo, todas as regiões do Estado estão contempladas.
A amostra engloba desde pequenos hotéis, com 13 funcionários, até indústrias com 10.500 funcionários.

FSP, 21/11/2014, Cotidiano, p. C6

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/196622-empresas-de-sao-paulo…

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